Benefícios da JBS em acordo deve aumentar fila de candidatos à delação premiada

Diante do acordo de delação premiada fechado entre a JBS e a Procuradoria-Geral da República (PGR), investigadores e advogados acreditam que a fila de candidatos a delação, principalmente de políticos e assessores, vá aumentar. Atualmente, há cerca de 15 negociações em andamento só em Curitiba, segundo informações de O Estado de S. Paulo.
“A delação da JBS, pela amplitude política de suas revelações, deve gerar uma avalanche de procura por acordos”, afirmou o procurador regional da República, Carlos Fernando do Santos Lima, da força-tarefa da Lava Jato. De acordo com a publicação, a lição passada com o acordo da JBS é de que quem primeiro procura o Ministério Público Federal (MPF) consegue mais benefícios.
“Imagine quantos corruptos não devem estar pensando ou conversando com seus advogados sobre as vantagens de se adiantarem e procurarem o Ministério Público Federal (MPF) para contarem o que sabem, antes de serem delatados por comparsas, ou de ser acordado pela Polícia Federal (PF) ao nascer do sol. O recado é que a água está limpa para quem chega primeiro”, ressaltou Helio Telho Corrêa Filho, procurador da República, do Núcleo de Combate à Corrupção no MPF de Goiás. Alguns dos candidatos em questão são o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ), o ex-presidente da OAS José Adelmário Pinheiro, o ex-diretor da Petrobras Renato Duque e os ex-ministros Antonio Palocci e Guido Mantega – único deles que está solto.