Bolsonaro lidera ato por anistia a envolvidos no 8 de Janeiro em SP; governadores aliados comparecem

 

Um protesto organizado por apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) tomou conta da Avenida Paulista, em São Paulo, neste domingo (6). O evento, que reuniu cerca de 45 mil pessoas segundo estimativas acadêmicas, teve como principal pauta a defesa da anistia para os condenados pelos ataques às instituições democráticas em 8 de janeiro de 2023.

Presenças de peso

O ato contou com a participação de sete governadores:
– Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP)
– Romeu Zema (Novo-MG)
– Ratinho Junior (PR)
– Wilson Lima (AM)
– Ronaldo Caiado (União Brasil-GO)
– Mauro Mendes (União Brasil-MT)
– Jorginho Mello (PL-SC)

Lideranças partidárias, como Valdemar Costa Neto (presidente do PL), e parlamentares também marcaram presença no evento, que começou com uma oração liderada pela deputada federal Priscila Costa (PL-CE).

Os principais momentos

Durante o protesto, destacaram-se:

– Críticas ao STF: O deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) chamou os ministros da Corte de “ditadores de toga”
– Símbolos do protesto: Manifestantes carregavam batons em referência a Débora Rodrigues, cabeleireira presa por pichar o STF
– Discurso de Michelle Bolsonaro: A ex-primeira-dama defendeu “anistia humanitária” para os condenados
– Fala de Bolsonaro: O ex-presidente afirmou que “eleições em 2026 sem Jair Bolsonaro é negar a democracia”

Controvérsias e alegações

Em seu discurso, Bolsonaro:
✔ Citou sua viagem aos EUA em dezembro/2022 como forma de evitar suposta prisão
✔ Mencionou o filho Eduardo, que está nos EUA buscando apoio internacional
✔ Reafirmou a tese de fraude eleitoral sem apresentar provas
✔ Criticou sua inelegibilidade, decretada pelo TSE por abuso de poder político

Contexto jurídico

O ex-presidente e sete aliados são réus no STF por tentativa de golpe em 2022. Pesquisa Quaest mostra que 56% dos brasileiros são contra a anistia aos envolvidos no 8 de Janeiro, enquanto 34% apoiam a medida.

O evento ocorreu três semanas após manifestação semelhante no Rio de Janeiro, que reuniu cerca de 18 mil pessoas. A estimativa de público em São Paulo foi feita por metodologia da USP que utiliza análise de imagens aéreas com inteligência artificial.

Enquanto os apoiadores falam em “perseguição política”, as instituições mantêm o posicionamento de que os atos de janeiro/2023 representaram grave ameaça à democracia brasileira. O PL já sinaliza lançar a cabeleireira Débora Rodrigues como candidata a deputada em 2026.