Bolsonaro redigiu e pediu alterações de minuta golpista, aponta PF

 Bolsonaro redigiu e pediu alterações de minuta golpista, aponta PF

O presidente da República, Jair Bolsonaro, discursa na solenidade de passagem do Comando Militar do Sudeste.

Um dos alvos da operação Tempus Veritatis, deflagrada pela Polícia Federal nesta quinta-feira (8), o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) é suspeito de participar da elaboração de uma minuta golpista para impedir a posse de Lula (PT) e mantê-lo na Presidência.

Conforme a CNN Brasil, um relatório da PF que embasou as ações desta quinta (8) mostra que o ex-chefe do Executivo orientou alterações no documento redigido por assessores. O original do decreto previa a prisão de algumas autoridades, mas Bolsonaro teria solicitado a exclusão dos nomes de Gilmar Mendes e do presidente do Congresso, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), da lista.

“A análise e as discussões sobre o documento mais robusto apresentado por FILIPE GARCIA MARTINS PEREIRA teriam suscitado a convocação de uma série de reuniões pelo então Presidente JAIR MESSIAS BOLSONARO, inclusive para tratativas com militares de alta patente sobre a instalação de um regime de exceção constitucional. Mensagens encaminhadas por MAURO CID para o General FREIRE GOMES sinalizam que o então Presidente JAIR MESSSIAS BOLSONARO estava redigindo e ajustando o Decreto e já buscando o respaldo do General ESTEVAM THEOPHILO GASPAR DE OLIVEIRA (há registros de que este último esteve no Palácio do Planalto em 9/12/2022, fls.169), tudo a demonstrar que atos executórios para um golpe de Estado estavam em andamento (fls. 150-169)“, diz o trecho do relatório da PF.

“Conforme descrito, os elementos informativos colhidos revelaram que JAIR BOLSONARO recebeu uma minuta de Decreto apresentado por FILIPE MARTINS e AMAURI FERES SAAD para executar um Golpe de Estado, detalhando supostas interferências do Poder Judiciário no Poder Executivo e ao final decretava a prisão de diversas autoridades, entre as quais os ministros do Supremo Tribunal Federal, ALEXANDRE DE MORAES e GILMAR MENDES, além do Presidente do Senado RODRIGO PACHECO e por fim determinava a realização de novas eleições. Posteriormente foram realizadas alterações a pedido do então Presidente, permanecendo a determinação de prisão do Ministro ALEXANDRE DE MORAES e a realização de novas eleições. Nesse sentido, era relevante para os investigados monitorarem o Ministro ALEXANDRE DE MORAES para executarem a pretendida ordem de prisão, em caso de consumação do Golpe de Estado”, afirma a PF em outro trecho do documento.

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