Caminhada leva adeptos das religiões de matriz africana às ruas pelo fim da intolerância religiosa na próxima terça-feira (21)
Com o tema ‘Respeite minha Fé, meu Sagrado e meu Axé’, a 1ª edição da Caminhada Raízes de Matriz Africana e Nações do Candomblé, vai movimentar o Centro de Lauro de Freitas na próxima terça-feira (21). A concentração está marcada para às 10h, no final de linha dos ônibus, em direção a Praça da Matriz.
Promovida pela Prefeitura, através da Secretaria Municipal de Cultura e Turismo (SECULT), em parceria com a Federação Nacional do Culto Afro Brasileiro – Coordenadoria Lauro de Freitas (FENACAB), a caminhada contará com a participação de representantes de terreiros para comemorar a Lei Federal 14.519/2023, que institui o Dia Nacional das Tradições das Raízes de Matrizes Africanas e Nações do Candomblé. “Realizar essa caminhada reforça o nosso compromisso com a implementação de políticas culturais que fortaleçam a luta, salvaguardando a história, a memória e a tradição do nosso povo”, explica Remerson Araújo, diretor do departamento de Cultura da SECULT.
O principal objetivo do movimento é tornar a Caminhada um ato que simboliza o respeito religioso e a resistência do povo preto e em busca do fim do discurso de ódio. “O povo preto de candomblé se move em manifestações pela garantia do direito à suas crenças religiosas, pelo direito da não violência explícita pelo simples fato de caminhar com suas vestes e guias e por isso serem perseguidos” destaca, a líder religiosa, Mãe Cássia de Obá.
O Coordenador da FENACAB Lauro de Freitas, Pai Jadilson de Ogunjá, defende que uma das pautas mais urgentes é o fortalecimento da laicidade e do respeito entre as religiões. “O estado laico permite que possamos ter o exercício da nossa cidadania plena, para que povo de candomblé, assim como os de outras religiões, possam declarar a sua fé e conviver respeitosamente. É muito importante realizar atos como esse, pois precisamos defender o nosso direito de professar a nossa fé, demonstrar o orgulho de sermos de candomblé e lutar pelos nossos direitos assegurados na Constituição Federal”, disse.