Casa do Patrimônio leva debates e arte à FLICA 2025 e reforça valorização da cultura baiana

Pelo segundo ano consecutivo, a Casa do Patrimônio participa da Feira Literária Internacional de Cachoeira (FLICA 2025) como um espaço de encontro, reflexão e celebração do patrimônio cultural da Bahia. Com uma programação que reúne debates, exposições e apresentações artísticas, o local reafirma seu compromisso em aproximar o público do patrimônio material e imaterial do estado.
As atividades tiveram início na tarde desta quinta-feira (23), com a mesa-redonda “Desafios e Perspectivas para a Salvaguarda do Patrimônio Cultural no Recôncavo Baiano”. O debate contou com representantes do Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (Ipac), Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e da Secretaria de Cultura de Cachoeira.
Os participantes destacaram a importância de fortalecer parcerias institucionais e ampliar o diálogo com as comunidades locais, de forma a compreender as expectativas dos moradores em relação à proteção e revitalização dos bens culturais do município.
De acordo com Adriana Cravo, diretora de Museus do Ipac, o evento reforça a importância da escuta e da cooperação na preservação do patrimônio.
“Esses espaços de debate nos permitem construir estratégias conjuntas e compreender de forma mais sensível o olhar das comunidades sobre seus patrimônios. Preservar é também reconhecer o valor simbólico e afetivo que eles representam para a população”, afirmou.
Encerrando o primeiro dia de atividades, o público prestigiou o show da cantora Ana Paula Albuquerque, que apresentou um tributo ao grupo Os Tincoãs, referência da música popular brasileira e símbolo da valorização das expressões afro-brasileiras, especialmente os ritmos ligados ao candomblé.
Oficina “Joias do Sagrado” celebra a ancestralidade
Paralelamente, o Ipac promoveu, no Espaço Bahia Presente do Governo do Estado, a oficina “Joias do Sagrado com Miçangas”, inspirada na tradição da Casa do Samba de Dona Dalva de Cachoeira. Durante a atividade, os participantes aprenderam a confeccionar colares e pulseiras africanas, explorando seus significados simbólicos e religiosos.
Segundo Any Manuela Freitas, neta de Dona Dalva e facilitadora da oficina, a proposta mantém viva uma herança cultural transmitida por gerações.
“A oficina tem como referência a Casa do Samba de Dona Dalva e busca difundir conhecimentos e saberes por meio dos adereços usados pelos orixás nas religiões de matrizes africanas, preservando e valorizando esses símbolos de fé e ancestralidade”, explicou.
A FLICA 2025 segue até domingo (26), enquanto a Casa do Patrimônio mantém sua programação até sábado (25), com uma agenda diversificada voltada para a valorização do patrimônio cultural baiano. A iniciativa é fruto da parceria entre Iphan, Ipac e ICMBio, que unem esforços para celebrar e difundir a história, a memória e a identidade da Bahia.
