Cemaden alerta para desastres na Bahia por conta do calor extremo

 Cemaden alerta para desastres na Bahia por conta do calor extremo

As temperaturas máximas acima dos 40ºC em diversas cidades do interior baiano e as chuvas escassas formam uma mistura desastrosa. É o que indica uma nota técnica do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) enviada ao Governo Federal neste mês. A seca no interior da Bahia já atrapalha a agricultura em 247 municípios e está entre as maiores preocupações do órgão na região Nordeste.

Marcelo Seluchi, coordenador-geral de operações do Cemaden, analisa que a diminuição das chuvas deve impactar a produção agrícola baiana durante os próximos meses. De acordo com Centro de Monitoramento, algumas localidades do estado registraram temperaturas máximas até 3,5ºC acima das médias históricas entre agosto e setembro deste ano.

“A estação chuvosa no interior da Bahia, que tem início entre novembro e dezembro, será afetada por dois fenômenos: o El Ninõ e a temperatura do oceano Atlântico, que está mais quente ao norte da linha do Equador”, explica o meteorologista. Combinados, os dois fatores devem atrapalhar o regime de chuvas nas regiões oeste e centro-norte do estado.

“É esperado uma seca de tipo agrícola, com prejuízo para a agricultura e pecuária, já que terá menos área de pastagem. Também prevemos problemas de abastecimento de água nas regiões que não têm grandes reservatórios”, ressalta Marcelo Seluchi. Nesta terça-feira (21), o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) publicou alerta para a baixa umidade relativa do ar, que está entre 20% e 30%, nas regiões centro-sul, centro-norte e nordeste do estado.

Em outubro, o Cemaden apontou condições de seca extrema em seis municípios do centro-norte da Bahia: Acajutiba, Água Fria, Inhambupe, Lamarão, Santa Bárbara e Santanópolis. A nota técnica indica ainda que 247 cidades baianas têm pelo menos 40% das áreas agroprodutivas potencialmente afetadas pela seca, o que representa 59% de todas os municípios do estado.

A Bahia só perde para Sergipe, que tem 85% das cidades impactadas. O documento foi enviado ao Ministério da Ciência e Tecnologia no dia 3 deste mês. A pasta foi questionada, mas não se manifestou sobre as ações tomadas para evitar os desastres apontados pela nota técnica.

 

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