Chuva torrencial transforma Camacan em cenário de caos: 137 famílias afetadas e cidade em emergência

Uma tempestade devastadora atingiu Camacan, no sul da Bahia, na tarde de sexta-feira (11), transformando ruas em rios e deixando um rastro de destruição. Em apenas 30 minutos, um dilúvio de 80 milímetros – acompanhado de ventos de 80 km/h e raios – inundou a cidade, obrigando 37 famílias a abandonarem suas casas e buscarem abrigo com parentes. O volume impressionante superou em mais da metade o acumulado no bairro mais chuvoso de Salvador durante todo o mês de março.
O cenário era de desespero: água atingindo 60 centímetros de altura dentro das residências, telhados arrancados pela força dos ventos, deslizamentos de terra e árvores derrubadas. “Pelo amor de Deus, vem ajudar! A água está dentro das casas!”, clamava uma moradora em vídeo que viralizou, mostrando vizinhos ilhados pela enxurrada.
Segundo Gilberto Oliveira Fernandes, coordenador da Defesa Civil, a tragédia se agravou pelo volume concentrado em pouco tempo: “A cidade está acostumada com chuvas espaçadas. Dessa vez, o sistema de drenagem não suportou”. Embora as águas tenham baixado, o risco permanece – muitas casas sofreram danos estruturais e aguardam vistoria técnica antes de serem liberadas.
Enquanto isso, a população trabalha duro para reconstruir suas vidas. Neste sábado (12), era possível ver moradores removendo lama e contabilizando perdas de móveis, eletrodomésticos e pertences pessoais. Equipes da prefeitura e do Corpo de Bombeiros de Itabuna trabalharam até a madrugada e retornaram ao amanhecer para continuar os atendimentos emergenciais.
A prefeitura já iniciou a elaboração de relatórios detalhados dos danos, que serão encaminhados ao Governo do Estado em busca de medidas urgentes. Enquanto o comércio e escolas retomam atividades, as marcas da chuva histórica ainda são visíveis – especialmente no contraste entre as áreas baixas, castigadas pelas enchentes, e as regiões altas, onde os ventos causaram maior destruição. Felizmente, não houve vítimas fatais, mas o desafio agora é ajudar as dezenas de famílias que perderam quase tudo em poucos minutos de fúria da natureza.