Ciro e Haddad avaliam união da esquerda
Em jantar realizado nesta terça-feira, 20, no apartamento do ex-deputado Gabriel Chalita (PDT), o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad (PT) e o pré-candidato do PDT à Presidência, Ciro Gomes, discutiram a criação de condições para uma aproximação entre partidos de centro-esquerda ainda antes do início formal da campanha eleitoral e dos registros das candidaturas, em agosto. Segundo interlocutores de Ciro e Haddad, a conversa não ocorreu em torno da escolha de nomes nem da possibilidade cada vez maior de o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ser impedido pela Justiça de disputar a eleição. Os temas principais foram a necessidade da centro-esquerda se unir para fazer frente às candidaturas de centro-direita e como alinhavar essa união diante da inconsistência do cenário eleitoral em que, faltando seis meses para o registro das candidaturas, poucos nomes conseguiram se consolidar, seja por motivos políticos, seja por razões legais. De acordo com pessoas que falaram com Ciro e Haddad, ambos consideram que a unidade é a única forma de impedir o avanço da direita nas eleições de 7 de outubro. Ciro teria proposto a criação de um ambiente de diálogo no qual todas as siglas manteriam seus nomes, inclusive o de Lula, que leve à consolidação da unidade antes dos registros das candidaturas. Haddad se dispôs a levar a proposta para Lula e o PT. Outros partidos serão convocados. Ambos concordaram que o manifesto divulgado também na terça-feira pelas fundações ligadas ao PT, PDT, PCdoB, PSB e PSOL pode ser um ponto de partida para o início da aproximação. O documento omite qualquer referência em relação à candidatura de Lula. Segundo pessoas que participaram da elaboração do texto, a omissão foi um pedido de Ciro, que também é o único pré-candidato da centro-esquerda a não assinar o manifesto “Eleição sem Lula é Fraude”. Conforme aliados de Ciro, Haddad teria salientado a dificuldade de convencer o PT a apoiar um nome de outro partido e o pré-candidato do PDT teria dito que já retirou a candidatura uma vez, em 2010, a pedido de Lula, e não está disposto a repetir o gesto.