Com fé e gratidão, devotos reverenciam Iemanjá em Lauro de Freitas

 Com fé e gratidão, devotos reverenciam Iemanjá em Lauro de Freitas

Um tapete branco formado por pessoas repletas de fé, gratidão e esperança em dias melhores tomou conta da Praia de Buraquinho, em Lauro de Freitas, nesta quarta-feira (02), durante as celebrações à Iemanjá. Os cânticos voltados aos orixás, entoados pelos filhos e filhas de terreiros marcaram o início da festa religiosa em homenagem à Rainha do Mar.

 

O evento de fé ocorre tradicionalmente há mais de 20 anos através de uma parceria do Terreiro São Jorge Filhos da Goméia com a Colônia de Pescadores. Mameto Kamurici, Mãe Lúcia, do Terreiro, relembrou que há cerca de quatro anos outros terreiros situados na cidade se uniram para realizar os festejos. Nesta edição, cerca de vinte participaram das celebrações. 

 

“É um momento único, ímpar, no município e para todo povo de santo. Mostra a importância da nossa cultura e dos nossos ancestrais de matriz africana que trouxeram essa reverência ao mar, a terra, as águas doces e salgadas. É também um momento de união, pois aqui nós nos juntamos para fazer essa bela homenagem”, contou. 

 

Diante das restrições impostas pela pandemia, o Dia de Iemanjá dos últimos dois anos foi adaptado à nova realidade, com restrição do público para evitar aglomeração e a obrigatoriedade do uso de máscara, mas o que continua firme e forte é a fé de que tudo vai melhorar. Por isso, Mãe Lúcia ressalta que é um festejo, sobretudo, para agradecer. 

 

“A gente vem agradecer por estarmos aqui e pedir que continuemos assim, não só nós, mas toda a humanidade. Está sendo um ano atípico, por conta da pandemia, mas a gente não abandona. Aquilo que a gente acredita que vai trazer saúde, equilíbrio e prosperidade a gente não pode deixar de fazer. Com a festa de Iemanjá é assim, nós fazemos da melhor forma possível para pedir perdão, agradecer e reverenciar essa energia toda maravilhosa que vem das águas salgadas”, completou. 

 

Um ato de renovação da fé. Assim definiu a filha de santo Ana Carolina Ferraz, de 35 anos, após depositar flores perfumadas com alfazema e talco no balaio com presentes destinados à Iemanjá. “Eu só agradeci. Estamos vivos e passando por uma pandemia com força e saúde. Iemanjá é a mãe do equilíbrio, ela dá prosperidade, a mãe de todas as cabeças Temos que nos curvar à ela, mostrar humildade e agradecer por tudo o que ela faz”, contou. 

 

Assim como outros devotos, ela não tirou os pés da areia da Praia de Buraquinho. Após deixar os presentes nos balaios durante a manhã, assistiu ao xirê e acompanhou o cortejo dos presentes até os barcos que levaram todos os itens até a Rainha do Mar no início desta tarde. 

 

Quem também acompanhou as homenagens foi o titular da Secretaria Municipal de Cultura e Turismo (Secult), André Pereira. Ele comentou que a festa de Iemanjá é um dos eventos religiosos mais tradicionais do Brasil e que ainda com todas as restrições, realizar o evento é valorizar a fé. “Todas as restrições, todos os cuidados e zelo por causa da Covid são observados para que a festa aconteça de forma segura e garantir essa linda homenagem à Rainha do Mar. Temos fé de que tudo isso vai passar e em breve viveremos outra realidade”, disse Pereira.

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