“Como não nasci baiano, me tornei baiano”, diz Barroso ao receber título e Comenda na ALBA

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), ministro Luís Roberto Barroso, foi agraciado nesta sexta-feira (23) com o título de Cidadão Baiano e a Comenda 2 de Julho, maior honraria concedida pela Assembleia Legislativa da Bahia (ALBA). A sessão especial foi conduzida pela presidente da Casa, deputada Ivana Bastos (PSD), que exaltou a trajetória do ministro e sua conexão com os valores democráticos e culturais do estado.
“Recebemos hoje, sob as bênçãos do Senhor do Bonfim e com o calor da alma baiana, o ministro Luís Roberto Barroso. A Bahia não entrega apenas um título, ela o reconhece como um dos seus”, destacou Ivana. A proposta do título foi apresentada pelo deputado Angelo Coronel Filho (PSD), que também enalteceu o histórico de Barroso em defesa da justiça social, traçando paralelos com nomes como Luiz Gama e Anísio Teixeira.
Emocionado com a homenagem, Barroso agradeceu ao povo baiano e relembrou seu vínculo afetivo com o estado. “Como eu não tive a sorte de nascer baiano, eu me tornei baiano”, declarou. O ministro contou que visita a Bahia desde a juventude, quando frequentava carnavais em Salvador e mantinha vínculos pessoais no interior, como em Itapetinga. “Não caí aqui de paraquedas”, brincou, ao relatar passagens pelo Bloco do Jacu e pelo Clube Bahiano de Tênis.
Barroso também destacou a Bahia como símbolo da diversidade cultural do país, citando figuras como Jorge Amado, João Gilberto, Caetano Veloso, Gilberto Gil e Maria Bethânia. Em tom institucional, defendeu a importância do respeito às diferenças políticas. “O problema não é a polarização, que é natural na democracia. O que precisamos resgatar é a civilidade, a capacidade de conviver com quem pensa diferente”, afirmou.
A mesa da cerimônia contou com a presença de autoridades como o vice-governador Geraldo Júnior, a presidente do TJ-BA, desembargadora Cinthya Resende, o senador Otto Alencar (PSD) e o conselheiro do CNJ Edivaldo Rotondano. Também participaram representantes do Executivo estadual e municipal, além de parlamentares, juristas e operadores do Direito.