Conheça a história do 2 de Julho para a Bahia
A independência da Bahia teve um papel fundamental para a consolidação da libertação do Brasil do jugo da coroa portuguesa, no dia 2 de Julho de 1823. A data, inclusive, já foi instituída como histórica no calendário das efemérides nacionais.
2 de Julho cultua uma tradição dos baianos festejarem a data com o cortejo que reproduz o mesmo trajeto que a tropa libertadora brasileira fez ao entrar na Cidade do Salvador, em 1823, conquistando-a da tropa portuguesa com os símbolos das lutas o Caboclo e a Cabocla, que representam o povo brasileiro. O cortejo se tornou uma manifestação popular ao longo dos anos e, finalmente, em 2006, foi oficialmente reconhecido pelo Estado, através do IPAC, como um Patrimônio Cultural Imaterial da Bahia.
A história
Muitos podem se interrogar: se a independência do Brasil foi declarada em 1822 e como é que em 1823, teve a emancipação da Bahia do jugo português? É porque o 2 de Julho representa a separação do Brasil de Portugal, somente em 1823, as lutas travadas na Bahia expulsaram definitivamente as tropas portuguesas que ainda persistiam fixando em algumas regiões, graças a vários personagens heroicos que muito contribuíram nestas lutas.
Na Bahia oficiais militares e parte da população passaram a formar um grupo de resistência realizando manifestações como a que aconteceu em 3 de novembro de 1821. Por imposição da coroa chegou de Portugal um decreto nomeando o brigadeiro Ignácio Luiz Madeira de Mello, e este mesmo não sendo aceito pelos oficiais brasileiros pôs os soldados portugueses de prontidão.
Nesse momento o brigadeiro tomou posse através de represália desses soldados junto aos quartéis, os fortes e até o convento da Lapa onde a abadessa Sóror Joana Angélica impediu sem sucesso a entrada das tropas sendo morta no mesmo dia. Essa represália aproximou a Bahia de Portugal. E muitos conspiradores foram se refugiar no Recôncavo.
Foi no Recôncavo por meio do general Pedro Labatut que intimidando Madeira de Mello, tentou fechar o cerco pela Ilha de Itaparica. Porém Labatut ficou no comando até 1823 por ordenar prisões a oficiais brasileiros, sendo cassado e preso. Para substituí-lo entrou o coronel José Joaquim da Lima e Silva que logo ordenou uma ofensiva às tropas portuguesas apertando o cerco na cidade do Salvador sob o domínio português que restringia o abastecimento de alimento e materiais.
O Recôncavo teve participação intensiva nesses combates, foi de lá que a heroína Maria Quitéria travestida de homem com mais cinco mulheres desconhecidas lutaram no exército dos “periquitos”. O Batalhão dos Voluntários do Príncipe pertencia ao avô de Castro Alves, Coronel José Antônio da Silva Castro que na época morava na Rua Ignácio Tosta em São Félix, e reuniu o exercito apelidado de Periquito pela cor verde no seu uniforme, na frente de sua residência em São Félix.