Coronavírus: epidemia do medo e globalitarismo midiático

 Coronavírus: epidemia do medo e globalitarismo midiático

“Jamais houve na história período em que o medo fosse tão generalizado, e contagiasse todas as áreas de nossas vidas: do desemprego, da fome, da violência, do outro, das própria existência” (Milton Santos).

O mal-estar mundial com a exasperação do diagnóstico de uma virose na China, há dois meses, está “de novo” exercitando o alarmismo terrorista, como só acontece em momentos de beligerância entre países. O mundo tem convivido, nos últimos vinte anos, com “insultos sistemáticos” ao bem-estar coletivo, beirando a histeria. Desde o dramático ataque às torres gêmeas nos EUA, a invasão do Iraque e as guerras no Oriente Médio, os maremotos asiáticos, a anunciada débâcle do aquecimento global, a decantada explosão fatídica da Aids, as epidemias da dengue, chikungunya, o extremismo da infectologia acadêmica na cólera, em todas essas circunstâncias acusamos as mídias governamentais, médicas ou não, alentando o pânico com informes e fake news, de que as pessoas estariam sob risco de adoecer e morrer!

Os humanos sobrevivem o cotidiano disputando seu repasto energético, quando não, em lutas fratricidas intermináveis. A divulgação prolífica e instantânea de catástrofes sanitárias potenciais, em escala urbi et orbi, consubstancia-se num estresse ameaçador do status criativo e produtivo das sociedades, mormente aquelas dependentes do capitalismo hegemônico. O impacto psicossocial do terrorismo com as suas armadilhas mortíferas previsíveis é equivalente aos factoides sanitários televisados por autoridades e especialistas de tudo vis a vis a OMS com boletins diários desvelando desastres epidemiológicos improváveis.

Um pertinente comentário geopolítico se impõe aqui: por que a China foi “reconhecida” no epicentro desta tempestade sanitária planetária? Nestes mesmos tempos em que a nação asiática disputa a hegemonia capitalista mundialmente!? Atemorizadas e acuadas por viroses, as sociedades se quedam vulneráveis politicamente, e dependentes de vacinas, de drogas-remédios e “tecnologias salvacionistas”, englobando assistencialismos privados e lucrativos, ratificando o proselitismo ideológico dos poderosos políticos.

O coronavírus não tem a letalidade dos vírus da gripe prevalentes nas sociedades desenvolvidas ou não; da tuberculose, da malária, das intoxicações nas minerações insalubres no Brasil, e nem falemos no impacto das lesões por acidentes no tráfego e violência urbana, com impacto devastador no subfinanciado sistema público de saúde!

As verdades médicas não deveriam ser (des)construídas através de manchetes orquestradas globalmente. As estatísticas epidemiológicas renegam o alcance devastador das viroses fantasmagóricas, e mesmo a Aids hoje se comporta como uma endemia. As notificações dos casos, em sua absoluta maioria, não serão confirmadas clinicamente. As secretarias de saúde nos estados demonstrarão, além da evolução benigna, a cura espontânea, a queda de registros e o desinteresse dos médicos e da população, brevemente. As convicções são inimigas da verdade e mais perigosas que as mentiras, proclamou Nietzsche. A ver.

*Marcos Luna | Médico, escritor, pós-graduado na Harvard University e Ufba

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