Covid-19 é mais letal em regiões de periferia no Brasil
A epidemia que foi trazida ao Brasil pelas classes média e alta, pressionando a rede particular de hospitais, agora abate a periferia das grandes cidades do Brasil, com potencial de causar um estrago maior do que o registrado até aqui.
Na última semana, o GLOBO ouviu de médicos, infectologistas, acadêmicos, moradores de bairros pobres e autoridades à frente da luta contra o coronavírus um diagnóstico similar: o próximo pico vai castigar com ainda mais força a parcela da população que historicamente sofre com a desigualdade social, não conta com saneamento básico e depende da rede pública de saúde. Em São Paulo, cidade que teve o primeiro paciente e a primeira morte e que acumula o maior número de casos, a doença hoje já é bem mais presente e letal na periferia.
— Se separarmos os bairros de São Paulo em três grupos, de acordo com a renda, observaremos que a mortalidade é bem menor nos distritos mais ricos, enquanto persiste nos de renda intermediária e baixa — afirma Paulo Lotufo, epidemiologista da USP.
Mortalidade por bairro
Taxa de mortalidade reduz à medida que cresce o IDH da região
Bairro | IDH | Mortalidade |
---|---|---|
Parelheiros | 0,680 | |
Cidade Tiradentes | 0,708 | |
Guaianases | 0,713 | |
M’boi Mirim | 0,716 | |
Itaim Paulista | 0,725 | |
Perus | 0,731 | |
São Mateus | 0,732 | |
São Miguel Paulista | 0,736 | |
Capela Do Socorro | 0,750 | |
Cidade Ademar | 0,758 | |
Itaquera | 0,758 | |
Freguesia/Brasilândia | 0,762 | |
Jaçanã/Tremembé | 0,768 | |
Ermelino Matarazzo | 0,777 | |
Campo Limpo | 0,783 | |
Vila Prudente | 0,785 | |
Sapopemba | 0,786 | |
Pirituba/Jaraguá | 0,787 | |
Vila Maria/Vila Guilherme | 0,793 | |
Casa Verde/Cachoeirinha | 0,799 | |
Penha | 0,804 | |
Jabaquara | 0,816 | |
Aricanduva/Formosa/Carrão | 0,822 | |
Ipiranga | 0,824 | |
Butantã | 0,859 | |
Mooca | 0,869 | |
Santana/Tucuruvi | 0,869 | |
Sé | 0,889 | |
Lapa | 0,906 | |
Santo Amaro | 0,909 | |
Vila Mariana | 0,938 | |
Pinheiros | 0,942 |