Covid-19 é mais letal em regiões de periferia no Brasil

 Covid-19 é mais letal em regiões de periferia no Brasil

A epidemia que foi trazida ao Brasil pelas classes média e alta, pressionando a rede particular de hospitais, agora abate a periferia das grandes cidades do Brasil, com potencial de causar um estrago maior do que o registrado até aqui.

Na última semana, o GLOBO ouviu de médicos, infectologistas, acadêmicos, moradores de bairros pobres e autoridades à frente da luta contra o coronavírus um diagnóstico similar: o próximo pico vai castigar com ainda mais força a parcela da população que historicamente sofre com a desigualdade social, não conta com saneamento básico e depende da rede pública de saúde. Em São Paulo, cidade que teve o primeiro paciente e a primeira morte e que acumula o maior número de casos, a doença hoje já é bem mais presente e letal na periferia.

— Se separarmos os bairros de São Paulo em três grupos, de acordo com a renda, observaremos que a mortalidade é bem menor nos distritos mais ricos, enquanto persiste nos de renda intermediária e baixa — afirma Paulo Lotufo, epidemiologista da USP.

Bairro IDH Mortalidade
Parelheiros 0,680
50%
Cidade Tiradentes 0,708
39%
Guaianases 0,713
36%
M’boi Mirim 0,716
23%
Itaim Paulista 0,725
42%
Perus 0,731
37%
São Mateus 0,732
28%
São Miguel Paulista 0,736
41%
Capela Do Socorro 0,750
27%
Cidade Ademar 0,758
32%
Itaquera 0,758
25%
Freguesia/Brasilândia 0,762
37%
Jaçanã/Tremembé 0,768
28%
Ermelino Matarazzo 0,777
26%
Campo Limpo 0,783
52%
Vila Prudente 0,785
14%
Sapopemba 0,786
23%
Pirituba/Jaraguá 0,787
14%
Vila Maria/Vila Guilherme 0,793
32%
Casa Verde/Cachoeirinha 0,799
19%
Penha 0,804
25%
Jabaquara 0,816
11%
Aricanduva/Formosa/Carrão 0,822
29%
Ipiranga 0,824
11%
Butantã 0,859
12%
Mooca 0,869
22%
Santana/Tucuruvi 0,869
15%
0,889
15%
Lapa 0,906
10%
Santo Amaro 0,909
7%
Vila Mariana 0,938
6%
Pinheiros 0,942
5%

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