Crise no Espírito Santo está ‘superada’, diz ministro da Defesa

Para o ministro da Defesa, Raul Jungmann, a crise de segurança no Espírito Santo, que já deixou mais de 140 mortos, está “superada”. Após reunião com o presidente Michel Temer e ministros neste domingo no Palácio do Jaburu, ele admitiu que a situação gera “desgaste” para o governo, mas garantiu que a população de Vitória já está tranquila e “indo à praia”.

— Hoje, domingo, 100% daqueles que normalmente vão à praia, lá estão. A vida volta à normalidade na Grande Vitória — declarou o chefe da Defesa, que disse que o governo federal será “inflexível” com novos movimentos grevistas em contingente de segurança pública nos estados. 3.130 militares estão no Espírito Santo.

— Amanhã as escolas estarão funcionando, o comércio abre, como já abriu no sábado, o sistema de transporte coletivo deverá operar normalmente — disse, bancando o “resgate” da segurança capixaba.

Jungmann avaliou também que a tendência é um aumento “significativo” no número de policiais nas ruas do Espírito Santo, com o “declínio” da greve. Ele admitiu que a crise que já matou mais de 140 pessoas em nove dias gera “desgaste” para o governo.

Neste domingo — nono dia da onda de violência —, a secretaria de Segurança do Espírito Santo informou que 875 policiais se apresentaram no fim de semana. São policiais de folga, férias ou que deixaram os batalhões sem farda. Entretanto, boa parte desses agentes está sem uniforme e equipamentos e, por isso, não podem patrulhar as ruas. Apesar da apresentação, parte dos policiais militares é simpática à paralisação. Alguns contavam com a falta do uniforme para não trabalhar. O governo do Espírito Santo levou de helicóptero militares do Batalhão de Missões Especiais (BME, o equivalente ao Bope do Rio) para buscar suas fardas.

Questionado se os números estão superestimados, Jungmann jogou a responsabilidade para o governo capixaba.

— Essa será a regra em qualquer tipo de tentativa de se quebrar a ordem pública – declarou o ministro, na linha do que vem dizendo o presidente Michel Temer e seu auxiliar, o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha. Nos últimos dias, eles vêm defendendo que a União mande militares para os estados “sempre que for necessário”, com vistas a manter a “ordem”.

Jungmann disse que acompanha a situação do Rio, e que a segurança do Carnaval — que começa em duas semanas — não está ameaçada. O ministro nega que há risco de que o movimento grevista se espalhe pelos estados. Segundo a Polícia Militar fluminense, há manifestações em frente a 27 batalhões neste domingo.

Foram ao Jaburu, residência oficial de Temer, os ministros da Defesa (Raul Jungmann), Justiça (José Levi do Amaral, interinamente), Gabinete de Segurança Institucional (Sérgio Etchegoyen), Moreira Franco (Secretaria Geral) e Antonio Imbassahy (Secretaria de Governo).

Fonte: O Globo

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