Depois do BB, bancos privados também devem demitir

 

O Sindicato dos Bancários na Bahia prevê impacto grande com o indicativo de demissões e fechamento de agências do Banco do Brasil em todo o país – também é previsto fechamento de postos de trabalho entre as instituições privadas.

O presidente do sindicato, Augusto Vasconcelos, avalia que as cidades do interior do estado devem ser as mais atingidas pelos cortes de postos de trabalho. “Se for levada em conta somente a lógica do lucro, muitas cidades do interior ficarão sem o serviço bancário e agências de outras cidades ficarão sobrecarregadas”, disse Vasconcelos.

Ele informou que ainda não há números exatos sobre quantos serão demitidos na Bahia, nem quantas agências serão fechadas. “Ainda não recebemos do Banco do Brasil uma planilha com esses dados”, comentou. Em todo o Brasil, devem ser fechadas 402 agências e 18 mil funcionários devem ser demitidos em programa de demissão voluntária.

“A tendência de enxugamento é incompatível com os lucros que as instituições bancárias têm. A justificatica que utilizam é que querem mais digitalização dos serviços, mas a prática demonstra que é necessário mais pessoas para atender à demanda nas agências”, disse o presidente do Sindicato dos Bancários.

 

Bancos privados

Segundo o Sindicato do Bancários, Salvador e Região Metropolitana perderam 30 postos de trabalho após demissões ocorridas somente no Banco Itaú. “É o banco que tem o maior lucro”, aponta Vasconcelos. Ele disse que a tendência deve ser seguida por outras instituições, inclusive pelas que passaram por fusões – o HSBC foi incorporado pelo Bradesco.

Nos anos 90, lembra Vasconcelos, os bancários eram 800 mil em todo o país. Ao final do governo de Fernando Henrique Cardoso, eram 300 mil. “Com as privatizações de bancos públicos e outras medidas durante esse período, foram perdidos 500 mil postos de trabalho. Com o governo Lula, chegou-se a 550 mil bancários, mas perdemos de 40 mil e 50 mil postos nos últimos quatro anos”, enumera.