Depois do feijão, vem aí um aumento no preço da carne

 Depois do feijão, vem aí um aumento no preço da carne

Depois da alta dos preços de produtos básicos como milho, feijão e arroz, devido a quebra da safra deste ano, a previsão agora é para um aumento nos preços nas carnes de todos os tipos (bovina, suína, aves e até peixes) e reajustes ainda mais fortes no valor do leite. A estimativa é do ministro da Agricultura, Blairo Maggi, que prevê uma inflação “represada” na pecuária, depois da quebra da safra que afetou a produção de grãos, usados largamente como ração animal. Para o ministro, o consumidor final dificilmente escapará do encarecimento desses produtos e citou como exemplo mais forte o do milho.

“Há uma inflação represada. Neste momento, quem está pagando essa conta ainda é o produtor, porque o milho está caro, e a carne não subiu. Muitos frigoríficos já fecharam por causa disso. É lógico, quase natural, que isso vá bater no consumidor daqui a pouco. Os preços vão ter que subir, para fazer com que esse pessoal fique na atividade. Esse é um problema que vai bater pesado na inflação daqui para frente. Não sei como eles (os produtores) conseguiram manter os preços. O produtor de suíno, por exemplo, reclama de prejuízo de R$ 100 para cada cabeça que abate”, disse Maggi em entrevista ao Jornal O Globo.

A alta nos preços dos grãos, na explicação do ministro, foi causada pela quebra na safra deste ano, estimada em 10%. Segundo o Maggi, o fenômeno climático El Niño foi bastante severo no país, levando muitas chuvas ao Sul e secas ao Nordeste e Centro-Oeste. Isso afetou a produção em 20 milhões de toneladas, só em grãos. “A agricultura é uma atividade de céu aberto. Nós não controlamos o clima. O El Niño pegou o Brasil por inteiro”, disse.

De acordo com o presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal, Francisco Turra, a alta no preço do milho nos primeiros meses de 2016 chegou a 110% em algumas regiões do país. O custo de produção de aves aumentou 30%. Assim como o governo, a expectativa dp setor privado é que os reajustes afetem a inflação de alimentos em questão de semanas.

“Essa situação nos preocupa, porque aves e suínos consomem 50 milhões de toneladas do produto por ano. É difícil ter um aumento de custo tão grande e não ter que repassar nada para o consumidor fina”, afirmou Turra.

Para o ministro, a inflação de grãos já é uma realidade e “vai acomodar”, sendo a carne agora a maior preocupação. “Em setembro, começa o plantio, e tudo volta ao normal, e, começando a chover, em dois ou três meses, voltaremos a ter safras grandes. Agora, a carne é que me preocupa, porque o segmento está levando grandes prejuízos e terá que repassar nos preços, notadamente frangos, suínos, bovinos e peixes”, ressaltou Maggi.

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