Deputado Afonso Florence diz que procuradores da Lava Jato tentam se salvar ao pedirem prisão domiciliar de Lula
O vice-líder da Minoria na Câmara, o deputado federal Afonso Florence (PT-BA) afirmou que o fato de procuradores do Ministério Público Federal (MPF) solicitarem à Justiça a prisão domiciliar do ex-presidente Lula (PT) é uma estratégia para administrar a crise que surgiu com as revelações da Vaza Jato. “É um recuo para tentar se salvar lá na frente porque eles podem vir a ser condenados”, destaca Florence.
No pedido dos procuradores da Lava Jato para a concessão da prisão domiciliar, eles afirmam que “o cumprimento da pena privativa de liberdade tem como pressuposto a sua execução de forma progressiva”. Lula já cumpriu um sexto da pena, o que o credencia para ir ao regime semiaberto. Um dos que assinam a solicitação é o chefe da força-tarefa da Lava Jato, Deltan Dallagnol.
“Está revelado que houve perseguição política e jurídica, além de excessos e ilegalidades em todo o processo contra o ex-presidente Lula. Está nítido que foi pra impedir a candidatura de Lula. Considero que não é interesse de Lula ou do PT, mas de todo cidadão que ninguém seja condenado por perseguição. O fato deles dizerem que chegou a hora de soltar Lula é porque está evidente e não dá mais pra ganhar fama de mentirosos”, opinou Florence.
Na avaliação dele, os procuradores estão “acomodando” a situação para se salvarem, pois o que eles teriam feito pode resultar, eventualmente, na exoneração dos cargos que ocuparam por concurso, além de investigação e condenação em outras searas.
“Eles estão operando para impedir a Vaza Jato, que revela os crimes deles. Antes, eles diziam que não era verdade. Tem uma CPI – Comissão Parlamentar de Inquérito aprovada na Câmara e eles estão operando com Bolsonaro, que interfere na Polícia Federal para evitar investigações. Não são as instituições, são alguns juízes e procuradores que, visando postos, agiram assim”, destacou o petista.