Educadores do EJA de Lauro de Freitas são certificados em curso sobre desigualdade de gênero

 Educadores do EJA de Lauro de Freitas são certificados em curso sobre desigualdade de gênero

Promovido pela Secretaria Municipal de Políticas para Mulheres (SPM), de Lauro de Freitas, o curso “Corpo e Identidade da Mulher: da Constituição Subjetiva à Desigualdade entre Gêneros” certificou coordenadores e supervisores da Educação de Jovens e Adultos(EJA). A qualificação foi idealizada para que eles possam lidar, em sala de aula, com questões como a desigualdade de oportunidades entre homens e mulheres, e o combate à violência contra o público feminino. Os certificados foram entregues aos 26 participantes do curso na última quarta-feira (11), em evento realizado na Escola Municipal Eurides Santana, na Itinga.

Fruto de parceria da SPM e a Secretaria Municipal de Educação (SEMED), o curso é uma das ações do projeto “Corpo e identidade da mulher na construção subjetiva e nas desigualdades entre gêneros, estudo e proposições”, implementado pela SPM. O projeto foi pensado para ser desenvolvido em agrupamentos de educação que lidam com pais, famílias, jovens e crianças, e tem o objetivo de trazer para o centro das discussões o gênero e a sexualidade buscando a promoção de transformação social e maior harmonia nas relações.

Integrante da equipe da SPM, Milene de Lemos Vieira, psicóloga e mestra em educação, foi responsável pela certificação. “Trabalhamos com políticas interventivas e preventivas no que diz respeito à violência de gênero, e uma das políticas preventivas é por meio da educação. É um trabalho de educação dos educadores para que eles possam passar isso para seus alunos em sala de aula.”

Milene ressalta ainda que “dentro de um sistema opressor a gente precisa fazer com que essas mulheres enxerguem que elas também são vítimas de um machismo estrutural, e como elas podem identificar as diversas formas de violência, como combater, e o que fazer para sair disso. É isso que passamos durante o curso para os coordenadores e supervisores que lidam diariamente com o público do EJA, que em sua grande maioria é formado por mulheres.”

De acordo com a professora Renilda Daltro, coordenadora geral do EJA, muitas alunas sofrem com o machismo em casa. “A maior parte do nosso público é de mulheres que sofrem muito com o machismo estrutural, e esse é um problema que precisa ser trabalhado em sala de aula, para que essas mulheres possam conscientizar os seus pais, irmãos, maridos ou namorados da importância delas serem escolarizadas. As mulheres precisam ser letradas, e digo no sentido mais amplo, não apenas da alfabetização, mas para terem condições de ler o mundo.”

Para Vânia Souza de Jesus, coordenadora da educação de jovens e adultos da Escola Eurides Santana, o curso foi importante porque o tema de igualdade de gênero é muito popular, mas faltava embasamento científico e teórico. “Quando você passa a ter esse conhecimento, e passa para os alunos uma autoestima, noções de respeito e empoderamento, eles se sentem pertencentes à escola, e veem esse lugar como um espaço que eles podem frequentar porque se sentem acolhidos.”

Jornalista Rodrigo Castro

Fotos: Lucas Lins

ASCOM Prefeitura de Lauro de Freitas

12/12/2019

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