Em carta, Dilma Rousseff diz ser inocente e pede ao Senado fim do processo de impeachment
Em carta aberta ao povo brasileiro, a presidente afastada Dilma Rousseff afirmou nesta terça-feira ser “inocente” e pediu ao Senado que acabe com o processo de impeachment que poderia afastá-la do poder definitivamente no fim do mês.
“Será necessário que o Senado encerre o processo de impeachment em curso, reconhecendo, diante das provas irrefutáveis, que não houve crime de responsabilidade. Que eu sou inocente”, declarou Dilma ao ler a carta ante à imprensa no Palácio da Alvorada.
A presidente também propôs a realização de um plebiscito para consultar o eleitorado sobre uma eventual antecipação das eleições presidenciais de 2018.
“Estou convencida da necessidade e darei meu apoio irrestrito à convocação de um plebiscito, com o objetivo de consultar a população sobre a realização antecipada de eleições”, escreveu Dilma em sua “Mensagem ao Senado e ao povo brasileiro”.
“Se consumado o impeachment sem crime de responsabilidade, teríamos um golpe de estado. O colégio eleitoral de 110 milhões de eleitores seria substituído, sem a devida sustentação constitucional, por um colégio eleitoral de 81 senadores. Seria um inequívoco golpe seguido de eleição indireta”, ressaltou a petista.
A primeira mulher presidente do Brasil é acusada de violar a Constituição ao autorizar gastos sem a aprovação do Congresso e foi temporariamente afastada e substituída pelo vice-presidente Michel Temer.
Dilma acusa Temer de ser um “traidor” por articular um arco opositor que, segundo indicam todas as pesquisas no Senado, vai acabar com o ciclo de mais de 13 anos do Partido dos Trabalhadores no poder.
Encurralada politicamente, Dilma foi suspensa em 12 de maio, responsabilizada pela crise econômica que atinge o país e seu com seu partido metralhado por acusações de corrupção.