Em Lauro de Freitas, Julho das Pretas enfatiza ações de empoderamento da mulher negra

 Em Lauro de Freitas, Julho das Pretas enfatiza ações de empoderamento da mulher negra

Pensar a autoidentificação como critério de validação do pertencimento étnico-racial. Essa foi uma das principais propostas da roda de conversa mediada pela educadora social Lindinalva de Paula, nesta quarta-feira (24), no primeiro dia do seminário da campanha  “Julho das Pretas”. O evento, promovido pela Secretaria de Políticas para Mulheres (SPM) de Lauro de Freitas, está sendo realizado na Igreja Batista do Evangelho Eterno, no bairro Caji Caixa D’água, e segue com atividades até esta quinta-feira (25). 

Entre o debate sobre identidade, história, valorização e empoderamento, mulheres participaram de oficina de maquiagem e realizaram cadastro para serem revendedoras em uma empresa de cosméticos. A iniciativa da SPM busca fortalecer as ações protagonizadas por mulheres negras e fomentar a agenda do “Julho das Pretas”, em alusão ao dia 25 de julho, Dia Internacional da Mulher Negra Afro Latina-Americana e Caribenha.

 “Esta é uma data criada em 1992 e que só ganha proporção uma década depois através do movimento de mulheres negras. No Brasil, passa a ser uma data nacional quando a então presidenta Dilma Rousseff sancionou, em 2011, a lei que leva o nome de Tereza de Benguela, uma líder quilombola de Mato Grosso. Para nós, esta data vai para além da simbologia de festejar. É quando ampliamos a reflexão junto à sociedade sobre a situação das mulheres negras que são a base da pirâmide social”, destacou Lindinalva de Paula.

Para a educadora que também é militante do movimento de mulheres negras da Bahia e do Nordeste, os indicadores sociais que apontam as mulheres negras como as mais pobres e as que mais sofrem violência, só irão mudar quando os órgãos institucionais colocarem em prática políticas equitativas e eficazes para a promoção da igualdade de raça e gênero. 

Negra, Ivana Araujo, 26, realizou o cadastro para ser uma revendedora de cosméticos e ressaltou a influência do debate para a desconstrução do racismo. “Fiz o cadastro e já comecei as vendas aqui mesmo com as meninas que estão participando da roda de conversa. Este momento é muito importante para entendermos formas de combater o racismo e nos reconhecermos enquanto mulheres negras”, enfatizou a moradora do Caji Caixa D’água. 

De acordo com Sandra Souza, assessora da Secretaria de Políticas para Mulheres, as atividades continuam nesta próxima quinta-feira (25). “Amanhã é o grande dia da campanha Julho das Pretas. Além de palestras que irão abordar feminismo da mulher negra e os avanços da Lei Maria da Penha e tipificações de violências, também teremos oficinas de turbante e desfile de beleza”, falou sobre a programação.

 

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