Em Lauro de Freitas, pessoas trans relatam experiências em roda de conversa promovida pela SEPADHIR

 Em Lauro de Freitas, pessoas trans relatam experiências em roda de conversa promovida pela SEPADHIR

Na manhã desta terça-feira (12), homens e mulheres trans foram acolhidos em uma roda de conversa promovida pela Secretaria Municipal de Políticas Afirmativas, Direitos Humanos e Igualdade Racial (SEPADHIR). O evento é mais uma iniciativa da gestão, que busca fortalecer a visibilidade trans, para que sejam respeitados e tenham acesso a novas oportunidades. A reunião aconteceu na sede do Centro de Extensão e Formação Oficina do Corpo (CEFOC), localizado no bairro de Itinga.

Durante o encontro, as pessoas trans contaram um pouco das suas vivências e preconceitos sofridos na sociedade. Isabela Valentine, mulher trans, 26 anos, está há mais de seis meses desempregada e diz que o mercado de trabalho tem resistência em contratar esse público. “O termo “trans” já nos desqualifica para a empresa. Não é porque sou trans que não sou capacitada. As empresas precisam ter políticas de inclusão. Apesar de muita luta, o preconceito não acabou. Temos que persistir”, disse.

Hilary, mulher trans, 20 anos, também aproveitou a ocasião para falar sobre a sua trajetória e opinião sobre a invisibilidade social. “Nosso dia a dia é bem difícil. Mas não vou deixar de ser quem eu sou por causa de ninguém. É importante buscar a independência financeira para ter o nosso espaço.  Encontros como esses são muito importantes. Quanto mais voz se dá, mais visibilidade. Eu espero que o respeito também cresça. Precisamos disso.” comentou.

Roberto Nobre, psicólogo e psicoterapeuta, convidado para o bate-papo, ressaltou que encontros como estes são fundamentais para ampliar os conhecimentos e identificar os hábitos preconceituosos reproduzidos no cotidiano.  “A roda de conversa não tem o intuito de palestra, tem o intuito de acolhimento. Cada processo é individual. A ideia é ouvir essas pessoas trans. Ainda temos muitos preconceitos enraizados. Então a gente precisa começar a mudar e internalizar. Aprendemos ouvindo e respeitando essas pessoas”, relatou.

Parceiros

O evento também contou com a participação de representantes do Grupo de Apoio à Prevenção da Aids (GAPA) e do Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (SENAC). O GAPA entregou kits de prevenção combinada, compostos por folhetos educativos, autoteste para HIV, camisinhas externas e internas.

“Estamos com esse projeto voltado para o público Jovem LGBT. Nós trabalhamos com a educação de pares. Somos nós jovens LGBT falando para outros jovens LGBT. Somos nós falando sobre nós e para nós”, disse Priscila Silva, agente multiplicadora do projeto Viva Melhor Sabendo Jovem.

Já os representantes do SENAC participaram como ouvintes, para coletar informações que serão aproveitadas em um projeto voltado para públicos prioritários. “Estamos aqui para entender melhor as demandas. Já estamos com um projeto denominado de Singular e Plural. Mas antes de executar, queremos entender melhor as vivências, para estarmos preparados para atendê-los”, disse Celso Torres, analista de relacionamento com o mercado do SENAC.

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