Empossado! Rogério Galloro toma posse como diretor-geral da PF; Segovia cita Júlio César em discurso e diz que ‘venceu’
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Tomou posse nesta sexta-feira o novo diretor-geral da Polícia Federal, Rogério Galloro, em substituição a Fernando Segovia, que ficou no cargo por mais de três meses. A gestão de Segovia, embora curta, foi marcada por polêmicas, em especial por minimizar investigações envolvendo o presidente Michel Temer. Sua demissão foi anunciada na última terça-feira pelo ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, que assumira o cargo poucas horas antes.
Além de Jungmann, também está presente na posse o ministro da Justiça, Torquato Jardim. Era essa pasta à qual a PF estava subordinada antes da criação do Ministério da Segurança Pública. Temer, que esteve na posse de Segovia em novembro, não apareceu.
Durante a cerimônia, Segovia não polemizou em seu discurso. Ele agradeceu a Temer, Torquato Jardim e até mesmo Raul Jungmann.
– Primeiramente, agradeço ao presidente Michel Temer, por ter me dado a honra de ter comandado a instituição da qual faço parte e tanto honro, que orgulho e valorizo. Será algo que levarei por toda minha vida essa experiência intensa e extraordinária. Gostaria de agradecer ao ministro Torquato Jardim, com quem, ao contrário do que a imprensa e algumas pessoas pensam, me dei muito bem. Agradeço também ao ministro Jungmann. Conheço desde que coordenei a campanha do desarmamento. Sua missão é um desafio árduo e penoso, mas o Brasil confia em sua competência.
Houve também agradecimentos à família, ao corpo diplomático brasileiro e à família. Ele ainda pregou a união dos policiais federais e desejou sucesso a Galloro.
– Temos certeza de que continuamos cada vez mais fortes e independentes. A Operação Lava-Jato é um exemplo disso. Mas que me nada diminuiu as operações de combate ao tráfico, pedofilia e outros crimes – disse Segovia, acrescentando:
– Gostaria de citar o imperador Júlio César. Vim, vi e venci. Assim me sinto. Combati o bom combate, terminei a corrida, guardei a fé – afirmou.
Ao fim do discurso, Segovia citou uma expressão latina:
– Alea jacta est (a sorte está lançada).
LONGE DE POLÊMICAS
Nos últimos anos Galloro foi o vice-diretor da Polícia Federal, uma sombra do ex-diretor Leandro Daiello. Ainda assim, se manteve longe de polêmica, inclusive nos momentos mais turbulentos da Operação Lava-Jato. Como vice-diretor, cabia a Galloro cuidar da parte operacional da instituição.Galloro ambicionava o cargo de comando da PF antes mesmo da ascensão de Daiello.
Preterido pelo ex-ministro José Eduardo Cardozo, seguiu em frente sem reclamar. Não se queixou nem mesmo quando, em novembro passado, viu Segovia tomar a dianteira e assumir o cargo que, até aquele momento, parecia dele. Galloro era o preferido de Daiello e contava com apoio do ministro da Justiça, Torquato Jardim.
Na contramão das expectativas, o presidente Michel Temer optou por Segovia e fez Galloro esperar por mais três meses.
Ele já foi superintendente da PF em Goiás e diretor de Administração e Logística da PF. Foi na gestão dele que a polícia começou a modernizar a emissão de passaportes. Galloro também foi adido policial na embaixada do Brasil em Washington. Comandou ainda as forças da PF durante a Copa do Mundo e a Olimpíada. Com a demissão de Daiello, foi chamado para comandar a Secretaria Nacional de Justiça, cargo que ocupava desde 22 de novembro passado.