Adsumus: empresário conhecido do Axé Music é principal alvo da PF
Um empresário que se tornou conhecido no universo da axé music como dono do Camarote Axezeiro e sócio de bandas baianas, Manoel de Andrade Barreto foi o principal alvo da nova fase da Operação Adsumus, deflagrada conjuntamente ontem pelo Ministério Público do Estado e a Polícia Federal.
Conforme informações fornecidas à coluna Satélite, do jornal Correio, fontes ligadas à investigação afirma que Barreto era o operador de propinas desviadas de contratos para eventos e shows de artistas firmados, sem licitação, com a prefeitura de Santo Amaro na gestão do petista Ricardo Machado (2009-2016). O empresário, cuja identidade estava sob sigilo, foi conduzido coercitivamente e ouvido por promotores de Justiça da cidade, sede da operação.
Ainda segundo a coluna, o esquema, apontaram investigadores da Adsumus, utilizava uma teia de corrupção formada por empresas de entretenimento em nome de laranjas. Em duas delas – Rede Axezeiro e Central de Bandas -, figuram como proprietárias a mãe e uma irmã do operador. Amigo pessoal do ex-prefeito de Santo Amaro, outro alvo da nova ação, Manoel de Andrade Barreto possui ainda uma rede de farmácias em Salvador e o Haras MAB, em Alagoinhas, premiado pela criação de cavalos da raça quarto de milha. O empresário é suspeito também de repassar propinas originadas de verbas federais nas áreas de Saúde e Educação.
Operação
A Polícia Federal e o Ministério Público do Estado da Bahia deflagram na quinta (7), mais uma fase da Operação Adsumus, com o objetivo de desarticular esquema criminoso de desvio de verbas públicas, fraudes à licitação, corrupção e lavagem de dinheiro. Cerca de 40 Policiais Federais cumprem oito mandados de busca e apreensão e sete mandados de condução coercitiva nos municípios de Salvador, Lauro de Freitas e Santo Amaro, todos na Bahia.
Conforme apurado durante as investigações, o esquema ilícito funcionava através de três núcleos empresariais que recebiam da Prefeitura de Santo Amaro valores para realizar obras públicas, fornecer material de construção e alugar maquinário. Além do direcionamento e outras fraudes e irregularidades nos processos licitatórios, verificou-se que parte das obras contratadas era realizada por servidores da própria prefeitura, que assim absorvia parte dos custos e possibilitava o desvio do dinheiro.