Empresários de Minas podem investir no projeto Sucroenergético do Médio São Francisco baiano

 Empresários de Minas podem investir no projeto Sucroenergético do Médio São Francisco baiano

Comitiva de especialistas em agricultura irrigada visitou Barra e Muquém do São Francisco

“Agronomia aprovada”, é o que destaca um grupo de empresários e técnicos agrícolas de Unaí, Minas Gerais, que conheceu a região do Médio São Francisco baiano, onde o Governo do Estado, por meio da Secretaria de Desenvolvimento Econômico (SDE), está implantando um Polo Bioenergético e Sucroalcooleiro, que prevê gerar 30 mil empregos e potencializar a competitividade da Bahia na produção de açúcar, etanol e energia de biomassa. Os agricultores mineiros foram acompanhados por uma comitiva técnica da SDE, liderada pelo vice-governador João Leão, titular da pasta. A missão de negócios esteve, no domingo (26) e segunda-feira (27), nos municípios de Barra e Muquém do São Francisco, onde a primeira usina de cana de açúcar, das 10 previstas no projeto, está em implantação pelo grupo pernambucano Paranhos e já emprega 500 trabalhadores locais.

“No final de 2019, estivemos aqui com representantes de fundos de investimentos, bancos de fomento e empresários da mineira Bevap Bioenergia, empresa referência em tecnologia de plantio de cana-de-açúcar, que conheceram o potencial da região e do Polo Sucroalcooleiro. Agora, recebemos outro grupo de empresários, especialistas no cultivo de grãos irrigados, como feijão, soja e sorgo. Eles vieram ver de perto a viabilidade do negócio e vão enviar técnicos para fazer um estudo in loco”, diz Leão.

O consultor de negócios Anderson Adauto, que acompanha a comitiva, explica que de todos os plantios, seja de feijão, soja, milho, algodão, batata, trigo ou laranja, a cana é o mais simples. “Então, quem dá conta de plantar todas estas coisas, vai ter naturalmente sucesso com a cana. E a grande vantagem deste grupo é ser unido, coeso, todos são agricultores profissionais e têm uma larga experiência em agricultura irrigada”, destaca.

Adauto afirma ainda que, essa semana, a segunda usina proposta no Polo Sucroalcooleiro, a Fazenda Igarité, do empresário Pedro Leite, será apresentada em São Paulo, na União das Indústrias de Cana-de-açúcar (Única), maior entidade representativa do setor no Brasil. “A Única congrega todas as indústrias deste ramo, eles estão muito animados e acreditam que, com o Renova Bio, o país precisará de algo em torno de 20 a 30 usinas, com 3,5 milhões de toneladas, cada uma, para atender às novas regras”, diz.

*Indústria de integração*

“O mundo vai querer, cada vez mais, uma matriz energética limpa. Temos uma experiência exitosa no triângulo mineiro em relação ao segmento sucroenergético e vi aqui o que precisamos para produzir com sustentabilidade, renda e produtividade: água abundante, muita luminosidade e, especialmente, solo com topografia plana, todo mecanizável. Então, eu vejo a perspectiva do setor sucroenergético, mas também fazer a integração, a rotação de culturas, pois queremos produzir com sustentabilidade, a soja, a fruticultura e até a piscicultura”, declara o agricultor e deputado federal por Minas Gerais, Zé Silva. Ele é agrônomo há mais de 30 anos, foi presidente da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater) e secretário de Agricultura do estado de Minas.

Já o empresário Antonio Giló, chefe da comitiva mineira, destaca que a região o surpreendeu, tanto pela quantidade de água, quanto pelo cultivo da cana. “Pelo que vimos, no plantio dos Paranhos, a produção de cana-de-açúcar está se mostrando de qualidade, pelos experimentos em curso. Então, acho que o projeto é muito promissor. O que estamos pensando é em formar um grupo, para atuar como indústria de integração, como já fazemos em Minas, com grandes produtores, com tecnologia, e vir para cá”, diz.

Unaí, por município, é a maior produtora de feijão do país. O grupo, que visitou a Bahia, formado por 13 empresários mineiros, possui 8 mil hectares irrigados por pivô central, 35 mil hectares de plantio e produz uma safra anual de 4,1 milhões de sacas de milho, feijão e soja.

_Ascom/SDE_

_27/01/2020_

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