Esquema da Operação Custo Brasil fraudava contracheques de pensionistas e aposentados

 Esquema da Operação Custo Brasil fraudava contracheques de pensionistas e aposentados

O esquema descoberto pela Operação Custo Brasil, deflagrada nesta quinta-feira (23), fraudava créditos consignados de contracheques de servidores, aposentados e pensionistas. Os empréstimos consignados eram administrados pelo Serpro, da Receita Federal, que passou a não mais conseguir gerenciar os créditos e um banco foi contratado para administrar as transações. Essa contratação, no entanto, foi feita com outros interesses, de acordo com o superintendente-adjunto da Receita Federal, Fábio Ejchel. “Para cada parcela que os servidores pagavam, existia o pagamento de R$ 1 para o serviço de gerenciamento e controle.

Uma boa parte disso era desviada para agentes públicos e partícipes da organização criminosa”, disse, lembrando que cada parcela deveria custar R$ 0,30.  O esquema foi detalhado durante coletiva de imprensa. A fraude chegou a mais de R$ 100 milhões, beneficiando inclusive o ex-ministro do Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG), Paulo Bernardo, preso nesta manhã. Segundo o delegado Regional de Combate ao Crime Organizado, Rodrigo de Campos Costa, Bernardo recebia através de um escritório de advocacia – que recebeu pelo menos R$ 7 milhões – enquanto que outros funcionários recebiam de empresas de fachada e lobistas.

A empresa contratada para administrar os empréstimos foi a Consist, que repassava 9,5% do seu faturamento para o ex-ministro Paulo Bernardo. A porcentagem foi reduzindo ao longo do tempo, chegando a 2%. E, segundo o procurador Andrey Borges de Mendonça, era da Consist que saía os valores repassados para as empresas de fachada com a simulação de serviços, chegavam aos parceiros (como eram chamados os operadores) e eram distribuídos aos agentes públicos e políticos. “Os R$ 7 milhões foi o que se apurou em notas da Consist para o escritório de advocacia. O que apuramos foi que 80% ia para Paulo Bernardo”, disse,  estimando que o ex-ministro teria recebido cerca de R$ 5,6 milhões.

“É algo ainda em apuração”, acrescentou. Na Operação Custo Brasil foram cumpridos 11 mandados de prisão preventiva, 40 mandados de busca e apreensão e 14 mandados de condução coercitiva, em São Paulo, Pernambuco, Distrito Federal e Rio Grande do Sul.

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