“Estamos enfrentando uma das piores secas dos últimos anos”, diz prefeito de Curaçá durante visita à ALBA

 

Durante visita à Assembleia Legislativa da Bahia (ALBA) nesta terça-feira (29), o prefeito de Curaçá, Murilo Bomfim, fez um apelo contundente sobre a grave situação de estiagem que atinge o município do norte baiano. Em entrevista, o gestor detalhou os impactos da seca, que já provocou perdas na agropecuária local e compromete o abastecimento de água para milhares de famílias.

“Já passamos de 15 dias de seca intensa. Procuramos o apoio do Governo do Estado e estivemos também em Brasília, onde conversamos com o ministro para buscar ajuda. É uma situação emergencial que exige resposta rápida”, afirmou Murilo.

O prefeito destacou que, graças à articulação com deputados federais e estaduais — com ênfase nos parlamentares Zó e Coronel —, o município recebeu uma retroescavadeira, um tanque-pipa de 4 mil litros e um recurso emergencial de R$ 100 mil para a contratação de carros-pipa. “Esses equipamentos chegaram em boa hora, especialmente o tanque, que pode ser utilizado pelas associações com trator, para atender áreas mais remotas”, explicou.

Com uma população estimada em 36 mil habitantes, sendo 60% residente na zona rural, Curaçá enfrenta também perdas no rebanho animal. “Já tivemos registros de mortes de animais por falta de água e alimento. Felizmente, o milho já está chegando ao município para amenizar o sofrimento dos criadores. A Conab está organizando a distribuição de forma protocolada às famílias que mais precisam”, destacou Murilo.

Ele também fez questão de agradecer o apoio direto do governador Jerônimo Rodrigues, que tem acompanhado de perto a situação no semiárido baiano e disponibilizado os recursos emergenciais. “Jerônimo tem sido um grande parceiro de Curaçá. Desde o início da seca, ele demonstrou sensibilidade e compromisso com a população do interior. Esse apoio foi essencial para garantir que as primeiras ações chegassem ao nosso povo com agilidade”, declarou o prefeito.

Mesmo com algumas chuvas esparsas no último mês, a situação ainda é crítica. “Choveu, mas não o suficiente para reabastecer reservatórios ou garantir o consumo humano em muitas regiões. Foi mais um alívio pontual para os animais do que uma solução duradoura.”

Com sete distritos e dezenas de comunidades espalhadas pelo município, a logística de atendimento tem sido um desafio adicional. “Tem distrito com mais de seis mil habitantes, e cada um desses possui até 30 comunidades. Já estamos trabalhando em um plano de ação, conforme pedido do ministro, para estruturar as próximas etapas de socorro e garantir novos recursos. A demanda por cestas básicas também está crescendo, porque a seca atinge tanto os animais quanto as famílias diretamente.”

Murilo finalizou reforçando que a gestão municipal está de prontidão. “Vamos trabalhar até onde for possível com o que temos, mas já estamos nos planejando para garantir que, assim que os recursos atuais forem consumidos, tenhamos nova rodada de apoio garantida pelo Estado e pela União. Curaçá precisa dessa ajuda para superar esse momento difícil.”