Estudo aponta que amamentação prolongada pode impactar positivamente o desempenho escolar

 

Um novo estudo realizado por pesquisadores da Universidade de Oxford e publicado na revista científica Archives of Disease in Childhood revelou que amamentar por um período mais longo do que os seis meses recomendados pode ter um impacto significativo na vida escolar das crianças. Segundo a pesquisa, crianças que foram amamentadas por pelo menos um ano tiveram 38% mais chances de obter nota máxima em provas de inglês e 39% em exames de matemática.

A pesquisa, conduzida no Reino Unido, utilizou dados do General Certificate of Secondary Education (GCSE), um teste realizado ao final do primeiro e segundo ano do Ensino Médio, que possui uma duração total de quatro anos. Os pesquisadores analisaram as notas de cerca de 5 mil crianças na Inglaterra.

Os resultados revelaram que crianças amamentadas por pelo menos quatro meses tinham aproximadamente 12% mais chances de obter notas medianas em pelo menos cinco das seis provas do GCSE, incluindo inglês e matemática, em comparação com aquelas que não foram amamentadas.

Acredita-se que o leite materno contenha ácidos graxos poli-insaturados importantes, que estimulam o desenvolvimento do cérebro, o que pode explicar essa associação positiva entre a amamentação prolongada e o desempenho escolar.

Embora muitos estudos anteriores tenham sido criticados por não levar em consideração fatores socioeconômicos, como o nível de educação dos pais e suas condições financeiras, o presente estudo levou esses aspectos em consideração. Mesmo após ajustar as diferenças socioeconômicas dos pais, os pesquisadores encontraram diferenças modestas nos resultados das notas das provas.

No entanto, é importante ressaltar que as mães que não conseguem amamentar não devem se sentir culpadas ou preocupadas com o desempenho escolar de seus filhos. Os pesquisadores destacam que existem inúmeros outros estímulos e fatores que influenciam no desenvolvimento e desempenho acadêmico das crianças.

Reneé Pereyra-Elías, autora principal do estudo da Universidade de Oxford, enfatiza que as descobertas não devem gerar preocupação excessiva, mas sim destacar a importância da amamentação como um dos muitos fatores que podem contribuir para o desenvolvimento saudável e o sucesso escolar das crianças.