EUA pressionam América Latina a escolher “de que lado está” no conflito com o Irã
Em meio à crescente tensão no Oriente Médio, o governo dos Estados Unidos intensificou sua ofensiva diplomática e pediu que os países da América Latina definam publicamente sua posição no conflito com o Irã. A cobrança foi feita por autoridades do Departamento de Estado às vésperas da 55ª Assembleia-Geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), realizada em Antígua e Barbuda.
Durante uma coletiva virtual, uma alta funcionária americana afirmou que este é o momento de os países da região “se darem conta de que lado vão ficar”. Segundo ela, trata-se de escolher entre “um regime que é patrocinador estatal do terrorismo” e os valores democráticos defendidos pelos EUA e seus aliados. A declaração reforça o tom de polarização adotado por Washington após os recentes ataques militares entre os EUA e o Irã.
🌎 América Latina dividida
A pressão norte-americana escancarou a divisão entre os governos latino-americanos:
Venezuela, Cuba e Nicarágua manifestaram apoio público ao Irã, condenando os bombardeios liderados pelos EUA e Israel. Por outro lado, Argentina demonstrou alinhamento com Washington, destacando a importância da contenção do que chamou de “ameaças extremistas”. Países como Brasil, Colômbia e Chile adotaram uma postura mais crítica à escalada de violência, pedindo moderação e soluções diplomáticas, sem se alinhar formalmente a nenhum dos lados.
🔍 Pressão estratégica
A fala dos EUA na OEA não foi apenas simbólica. Em um momento de instabilidade global e corrida por apoios estratégicos, Washington tenta garantir que suas alianças na América Latina se mantenham firmes — especialmente diante da aproximação de alguns governos da região com potências como China, Rússia e o próprio Irã.
O gesto também mira o isolamento de países como Venezuela e Cuba, que têm laços diplomáticos e comerciais mais próximos do regime iraniano.
📌 Resumo
Quem falou: Alta funcionária do Departamento de Estado dos EUA Onde: Coletiva prévia à 55ª Assembleia da OEA O que disse: É hora de os países da América Latina “definirem de que lado estão” Reação da região: América Latina se dividiu entre apoio ao Irã, alinhamento com os EUA e neutralidade diplomática
A declaração dos EUA marca mais um capítulo da tensão internacional, agora com reflexos diretos na diplomacia latino-americana. A região, já polarizada em diversas frentes, pode se tornar um novo campo de disputa geopolítica em meio ao conflito entre potências.
