Explosão após show de Ariana Grande deixa 22 mortos em Manchester

 Explosão após show de Ariana Grande deixa 22 mortos em Manchester

Uma dupla explosão ao fim de um show da cantora pop americana Ariana Grande em Manchester, Reino Unido, deixou ao menos 22 mortos e 59 feridos na noite desta segunda (22). A polícia informou que investiga a ação como ataque terrorista até que haja indícios em contrário.

Segundo testemunhas, os dois estrondos foram ouvidos às 22h35 (18h35 em Brasília) quando a estrela terminava sua apresentação na Manchester Arena para 20 mil espectadores, em sua maioria crianças e adolescentes.

Primeiras análises da polícia britânica indicam que o artefato usado no ataque foi uma bomba caseira. Ainda não há informações sobre o responsável pelo ataque.

A polícia afirmou que existem crianças na lista de vítimas. A cantora não se feriu e declarou mais tarde estar “despedaçada”, “sentida” e “sem palavras”.

A administração do ginásio informou que a explosão ocorreu do lado de fora. Vídeos nas redes sociais mostram o desespero dos espectadores deixando o local às pressas e a chegada de policiais e ambulâncias ao local.

Em um deles, adolescentes gritam enquanto correm em meio a balões cor-de-rosa. “As luzes já estavam acesas então sabíamos que aquilo não era parte do show”, afirmou Erin McDougle, 20, ao jornal “The Guardian”.

“Veio o estrondo, depois a fumaça subindo pelos degraus e todo mundo estava gritando. Tinha umas 30 pessoas no chão, algumas delas você percebia que tinham morrido”, disse a espectadora Kiera Dawber à CNN.

Do lado de fora, moradores dos prédios vizinhos desceram depois que ouviram a explosão. Alguns deles ofereceram suas casas para os espectadores que não conseguiram voltar devido ao fechamento da rede ferroviária. Taxistas também ofereceram corridas de graça.

Horas depois da explosão, pais, parentes e amigos usavam as redes sociais para buscar crianças e adolescentes que foram ao show e continuavam desaparecidos.

“Meu filho estava na Manchester Arena. Ele não atende o telefone! Por favor, me ajudem”, disse o usuário Deplorable MrsK, que publicou a foto de um adolescente em mensagem no Twitter.

Paula Robinson, 48, estava em uma estação de trem próxima ao ginásio quando sentiu a explosão e, em seguida, viu dezenas de meninas correndo. Ela levou o grupo a um hotel próximo, que virou um ponto de encontro.

Horas depois, a polícia fez a explosão controlada de uma bolsa suspeita achada em um jardim perto da arena, mas nela só havia roupas.

SOLIDARIEDADE

Os governos da Alemanha e da França enviaram mensagens de condolências às vítimas e ofereceram apoio ao governo do Reino Unido.

O presidente dos EUA Donald Trump, durante viagem a Israel, disse que os responsáveis pelos ataques são “perdedores” e “perversos”, e disse estar solidário ao povo do Reino Unido.

Vladimir Putin, presidente da Rússia, também demonstrou apoio aos britânicos.

INVESTIGAÇÕES

A primeira-ministra britânica Theresa May disse que o governo está trabalhando para descobrir as causas. “Todos os nossos pensamentos estão com as vítimas e as famílias daqueles que foram afetados”.

A polícia suspeita de um homem-bomba, mas as circunstâncias da explosão ainda não foram esclarecidas. Nenhum grupo reivindicou a ação e não foram sido divulgados nomes de suspeitos.

Dentre os investigadores, estão agentes antiterrorismo e do MI5, serviço secreto interno do Reino Unido. Em nota, o Departamento de Segurança Doméstica dos EUA informou que “reforçará a segurança” em lugares públicos no território americano.

O presidente da Câmara de Vereadores de Manchester, Richard Leese, disse que a explosão não abalará a cidade: “Manchester é uma cidade orgulhosa e forte. Não permitiremos que aqueles que buscam a divisão e o medo alcancem seus objetivos”.

Manchester tem meio milhão de habitantes e é a principal cidade do noroeste industrial do Reino Unido, no centro da segunda maior área urbana do país.

O Reino Unido está no segundo nível mais alto de alerta terrorista, indicando que um ataque é altamente provável. Em março, um homem matou três pessoas e feriu 40 em Londres. Khalid Masood, 52, havia se convertido ao islamismo e se radicalizado na própria Inglaterra. Ele foi baleado e morto na ação.

Ataques recentes aos países da Europa

Paris (13.nov. 2015)
Uma sequência de ataques a bomba e com atiradores em várias partes da cidade deixa 130 mortos. Estado Islâmico reivindica autoria

Bruxelas (22.mar.2016)
Três homens-bomba ligados ao EI se explodem no aeroporto e numa estação de metrô; 32 morrem

Nice (14.jul.2016)
No Dia da Bastilha, em mais uma ação do EI, um atirador dirigindo um caminhão atropela uma multidão à beira-mar e mata 86

Berlim (19.dez.2016)
Em ação semelhante à de Nice, motorista avança com um caminhão contra pedestres em um mercado de Natal; 12 são mortos

Londres (22.mar.2017)
Um ano após os ataques de Bruxelas, um homem atropela pedestres na ponte Westminster e esfaqueia um policial na entrada do Parlamento; 5 morrem

Estocolmo (7.abr.2017)
Novamente, um caminhão é usado para atropelar pedestres, em uma rua comercial, deixando 4 mortos

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