F1: Hamilton vence na chuva de Interlagos e adia decisão

A chuva que caiu durante todo o domingo em São Paulo encharcou a pista de Interlagos e, por pouco, não estragou o GP do Brasil de Fórmula 1. Não fosse pelas incríveis ultrapassagens do caçula da categoria, Max Verstappen, os torcedores que pagaram entre 570 e 14.400 reais em ingressos, certamente teriam ido para casa extremamente frustrados. A pista molhada provocou acidentes, causou duas paralisações, e frustrou os fãs, que chegaram a vaiar bastante em certo momento. Menos mal para Lewis Hamilton, da Mercedes, que largou na pole position, conseguiu sustentar a posição e venceu a corrida. O resultado levou a decisão do título mundial para a última etapa, dia 27, em Abu Dhabi.

O líder da temporada e parceiro de Hamilton, Nico Rosberg, manteve o segundo lugar e, apesar de não ter conquistado o título de forma antecipada, deixou Interlagos satisfeito, já que chegará a última etapa com 12 pontos de vantagem sobre o britânico. Por isso, o alemão só precisará chegar entre os três primeiros em Abu Dhabi para conquistar seu primeiro título sem depender dos resultados de Hamilton.

A grande estrela em Interlagos, no entanto, foi Max Verstappen, a sensação da Fórmula 1. O piloto holandês de 19 anos acelerou de forma impressionante, ultrapassou quase todos que viu pela frente, e conquistou o terceiro lugar no fim da corrida, levantando as arquibancadas – e levando a loucura o narrador Galvão Bueno.

Lágrimas

A emoção também tomou conta de Interlagos com a despedida de Felipe Massa. Vencedor da prova em 2006 e 2008, o piloto de 35 anos se vestiu das cores da bandeira brasileira e recebeu muito carinho da torcida, mas não conseguiu completar a prova. Ele perdeu o controle do carro na 49ª volta, antes de deixar sua Williams e receber o carinho do público. Ele chorou bastante ao caminhar pelo circuito, com a bandeira brasileira nas mãos, antes de receber o abraço dos familiares nos boxes.

“Não esperava (tantas homenagens), é uma emoção difícil de explicar. Peço desculpas, porque eu gostaria de ter acabado a corrida. Só tenhoFelipe Massa carrega bandeira do Brasil, em sua despedida do Autódromo de Interlagos - 13/11/2016 que agradecer todo o carinho da torcida”, disse, amparado pela esposa Rafaella. Massa se aposentará da Fórmula 1 em Abu Dhabi, antes de seguir carreira em outra categoria do automobilismo.

O outro brasileiro da corrida, Felipe Nars, da Sauber, largou na última colocação, mas, beneficiado pela chuva, conseguiu uma incrível recuperação. O piloto de 24 anos, que ainda não tem vaga garantida na próxima temporada, brilhou na pista molhada e terminou na nona posição, conseguindo seus dois primeiros pontos na temporada.

Muita água

As chuvas ao longo de toda a manhã deixaram a pista completamente encharcada. Ainda na volta de apresentação, o francês Romain Grosjean, da Haas, sofreu uma aquaplanagem e rodou na Curva do Café. Ele largaria na sétima colocação e deixou seu carro frustrado com o acidente. A organização da prova, então, determinou que a largada ocorresse com dez minutos de atraso e atrás do safety car. Apenas na oitava volta, o carro de segurança deixou a pista e a corrida começou para valer.

Vesrtappen acelerou forte na pista molhada e logo tomou o terceiro lugar de Kimi Raikkonen, da Ferrari. Vários pilotos optaram por trocar os pneus de chuva extrema por intermediários, o que provocou mudanças na classificação. Marcus Ericsson, da Sauber, também perdeu o controle a bateu com violência no muro de Interlagos. Pelo rádio, Sebastian Vettel e Daniel Ricciardo reclamaram da falta de visibilidade às equipes. A corrida ficou caótica e alguns pilotos, incluindo Felipe Massa, foram punidos por ultrapassagens ilegais. Hamilton, no entanto, se manteve firme na liderança, com Rosberg logo atrás.

Na 19ª volta, Raikkonen rodou feio na reta, bateu no muro e teve que deixar a corrida. O forte acidente provocou a bandeirada vermelhada e a corrida foi paralisada, enquanto a Ferrari de Raikonnen era retirada. Meia hora depois, a corrida foi reiniciada, novamente com o safety car na pista e muita água subindo. A torcida ficou impaciente com a impossibilidade de ultrapassagens a passou a vaiar e fazer sinais de negativo, mas a direção manteve o carro de segurança na pista e na 28ª volta optou por nova paralisação da prova. Ao todo, a corrida ficou mais de uma hora parada.

No reinício, Verstappen foi para cima de Rosberg, aproveitou erro do alemão e assumiu a segunda colocação.

Na volta 38, Verstappen perdeu o controle de sua Red Bull, mas conseguiu segurar o carro a tempo sem bater no muro, numa manobra que levantou a torcida na reta. Ele manteve a segunda posição, mas se distanciou do líder Hamilton. Na volta 47, Rosberg também mostrou habilidade para também escapar de uma batida.

O safety car deixou a pista na volta 56 e, na quarta relargada, a corrida ganhou emoção. Verstappen, que havia perdido mais de dez posições depois de uma entrada equivocada aos boxes, conseguiu mais uma série de ultrapassagens. A última dela, diante do mexicano Sergio Pérez, da Force India, lhe garantiu um lugar no pódio, enquanto Hamilton e Rosberg terminaram tranquilamente nas posições em que começaram.

Classificação final do GP do Brasil de 2016:

1º – Lewis Hamilton (Mercedes/Grã-Bretanha)

2º – Nico Rosberg (Mercedes/Alemanha)

3º – Max Verstappen (Rad/Bull/Holanda)

4º – Sergio Perez (Force India/México)

5º – Sebastian Vettel (Ferrari/Alemanha)

6º – Carlos Sainz Jr. (Toro Rosso/Espanha)

7º – Nico Hulkenberg (Force India/Alemanha)

8º – Daniel Ricciardo (Red Bull/Austrália)

9º – Felipe Nasr (Sauber/Brasil)

10º – Fernando Alonso (McLaren/Espanha)

11º – Valtteri Bottas (Williams/Finlândia)

12º – Esteban Ocon (Manor/França)

13º – Daniil Kvyat (Toro Rosso/Rússia)

14º – Kevin Magnussen (Renault/Dinamarca)

15º – Pascal Wehrlein (Manor/Alemanha)

16º – Jenson Button (McLaren/Grã-Bretanha)

Não completaram a corrida:

Esteban Gutierrez (Haas/Mexico)

Felipe Massa (Williams/Brasil)

Jolyon Palmer (Renault/Grã-Bretanha)

Kimi Raikkonen (Ferrari/Finlândia)

Marcus Ericsson (Sauber/Suécia)

Romain Grosjean (Haas/França)

 

 

Por Alexandre Salvador e Luiz Felipe Castro

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