“Falta Deus no coração de quem deseja a morte do presidente”, diz Mário Negromonte Jr sobre deputado bolsonarista

O deputado federal Mário Negromonte Jr (PP-BA), vice-líder do governo Lula, criticou duramente as declarações do colega Gilvan da Federal (PL-ES), que desejou a morte do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) durante sessão na Comissão de Segurança Pública da Câmara.
“Eu quero lamentar a atitude de um colega parlamentar que desejou a morte do Presidente da República”, afirmou Negromonte Jr, em referência ao episódio ocorrido na terça-feira (8), quando Gilvan declarou: “Por mim, eu quero mais é que o Lula morra! Quero que ele vá para o quinto dos infernos!”.
O vice-líder do governo enfatizou que o debate político, mesmo ideológico, deve se restringir ao campo das ideias e propostas, sem incitar violência ou ódio. “Infelizmente, está claro que falta ao deputado o respeito ao próximo e, principalmente, Deus no coração”, declarou, em um recado direto ao parlamentar capixaba, conhecido por discursos inflamados e condenações por violência política.
A fala de Negromonte Jr ecoa a onda de repúdio que se seguiu às declarações de Gilvan, incluindo pedidos de investigação pela AGU, PGR e PF por crimes como incitação à violência e ameaça. O deputado baiano, aliado de Lula, reforçou a necessidade de respeito às instituições e ao cargo máximo da República, especialmente em um momento em que o país ainda enfrenta as sequelas da polarização política.
Gilvan da Federal, que já foi condenado por violência política de gênero e responde a processos por difamação e LGBTfobia, relatava um projeto para desarmar a segurança presidencial quando fez os comentários sobre Lula. A proposta foi aprovada na comissão, mas gerou revolta até em setores conservadores.
Enquanto a AGU e o PT pressionam por responsabilização legal, Negromonte Jr optou por um apelo ético e religioso: “Defender ideias é legítimo, mas desejar a morte de alguém é cruzar uma linha que nenhum cristão ou democrata pode aceitar”. A declaração do baiano ressoa como um chamado ao diálogo civilizado em meio à escalada de tensões no Congresso.
O recado está dado: Na visão do vice-líder do governo, a política não pode ser um palco de ódio, mas de propostas e respeito — princípios que, segundo ele, faltam a quem deseja a morte do presidente.