Federação União Brasil-PP ainda não foi formalizada no TSE gerando desconfiança na direita

Anunciada com pompa há mais de um mês, a federação entre União Brasil e Progressistas — batizada de União Progressista Brasileira (UPB) — ainda não foi formalizada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A demora tem alimentado desconfiança nos bastidores da direita e exposto fissuras internas que ameaçam a coesão do bloco conservador rumo às eleições de 2026.
A aliança, que promete formar a maior bancada do Congresso Nacional, com 109 deputados e 14 senadores, enfrenta resistência dentro do próprio União Brasil. Uma ala do partido teme que a federação comprometa a autonomia regional e dificulte a definição de candidaturas majoritárias, já que as decisões passam a ser tomadas em conjunto pelas legendas federadas .
Além disso, o contexto político conturbado — marcado pelo julgamento de lideranças da direita envolvidas na tentativa de golpe após as eleições de 2022 — tem gerado cautela entre os dirigentes. O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) é réu no processo, e outras figuras do campo conservador foram citadas como testemunhas .
A indefinição também impacta outras articulações no espectro direitista. Republicanos e MDB, que cogitavam formar uma federação para contrabalançar a UPB, aguardam os desdobramentos antes de avançar nas negociações .
Procurados pela imprensa, representantes do União Brasil e do PP afirmaram que não há previsão para o registro da federação no TSE, mas que o estatuto está em fase de elaboração .
Enquanto isso, a direita observa com apreensão o atraso na formalização da federação que prometia unificar forças e liderar a oposição nas próximas eleições. A falta de consenso interno e o cenário político instável colocam em xeque a viabilidade da UPB e reacendem debates sobre a fragmentação do campo conservador no Brasil.