Festival de Arembepe fomenta atuação e valorização de barraqueiros e ambulantes

 Festival de Arembepe fomenta atuação e valorização de barraqueiros e ambulantes

O Festival de Arembepe 2025 é um dos eventos mais esperados do ano, pois, entre outras questões, é responsável por impactar diretamente na economia de Camaçari. Com abertura neste sábado (29), a Arena Principal, onde está localizado o Palco Katita, além de reunir uma diversidade de artistas de extensão nacional, regional e local, também foi ocupada pelo protagonismo dos vendedores ambulantes e barraqueiros, que aproveitaram a oportunidade para garantir uma renda extra.

Nesse ano, a Prefeitura de Camaçari, por meio da Secretaria de Serviços Públicos (Sesp), cadastrou 220 trabalhadores. Desse quantitativo, 130 são ambulantes oriundos da orla municipal, sendo 100 de isopor e 30 de barraca. Na sede, foram 90 ambulantes, destes 50 de isopor e 40 de barraca. O destaque é para o público feminino, que se faz maioria, formando 80% das atuações dessa edição, que irradia alegria.

Um bom exemplo dessa energia positiva é Romilce Carvalho, 50 anos, moradora de Arembepe. A ambulante enfatiza que nem mesmo um acidente, que motivou uma pequena torção no pé esquerdo, atrapalhou sua presença no evento. Para ela, a edição de 2025 representa uma grande superação. “Estou muito feliz, só tenho que agradecer. Há poucos dias tive um acidente no pé, mas estou aqui, tinha que vir. Essa edição é mais que especial para mim. Há 15 anos eu participo do festival, antes vendia lá fora, no isopor. Hoje, estou aqui, comemorando a minha vitória na minha barraca, nessa festa linda”, celebrou.

Também veterana no evento, Jucicleide Torres, 65 anos, destaca sua história de luta e lembra que herdou o sangue empreendedor da mãe. “Eu digo sempre que a arte de vender está no sangue. Minha mãe era ambulante, cresci vendo ela vender produtos e, muitas vezes, estava com ela nessas jornadas. Aí, deu no que deu, estou hoje nesse mesmo ramo. E digo que esse festival aqui não pode nunca acabar. Aqui, conseguimos uma graninha que ajuda bastante no final do mês”, contou, ao dizer que ama Arembepe.

A diversidade gastronômica é fato. E o público que vai curtir o festival encontrará uma variedade de produtos, desde o tradicional churrasquinho e cachorro-quente, até hambúrgueres variados, acarajé, salgados e a tradicional pipoca doce e salgada.

Com um sorriso no rosto, o pipoqueiro Deraldo Ferreira afirma que o lanche encanta o paladar de crianças e adultos. “Não é só a criança que compra aqui, não. Tem muito adulto que para pra comer pipoca, e ainda trocamos ideia. É trabalhar com diversão”, pontuou o ambulante, que está no segundo ano de atuação no evento. Ele estima que o lucro para os dois dias de festa será de mais de 15%.

No festival, existe, também, a turma que fomenta a empregabilidade. Proprietária da Krep’s D’Zana, Luzia Pereira, 69 anos, não veio sozinha. A ambulante empregou nesse festival mais três pessoas. “Esses eventos oportunizam a gente gerar renda para mais pessoas. Eu só monto barraca em eventos específicos e, aqui, no Festival de Arembepe, já perdi as contas de quantas vezes participei. E no final, recebi muitos agradecimentos por parte dos funcionários”, afirmou, ao dizer que já está de olho na edição 2025 do Camaforró. “Já estou com esperança no São João de Camaçari, que é um dos melhores e mais bonitos. Geralmente, emprego de cinco a sete pessoas”, revelou.

Nesta edição, de forma inédita, foram disponibilizados espaços para higienização dos ambulantes e barraqueiros. A iniciativa visa a valorização dos trabalhadores, oferecendo mais humanização na execução dos serviços.

Realizado pela administração municipal, por meio da Secretaria de Governo (Segov), através da Coordenação de Eventos, o Festival de Arembepe encerra a temporada das tradicionais lavagens e festas populares do município. Os festejos seguem até a segunda-feira (31).

Foto: Patrick Abreu

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