Frente a boatos, Coreia do Sul diz que Kim Jong-un está ‘vivo e bem’

 Frente a boatos, Coreia do Sul diz que Kim Jong-un está ‘vivo e bem’

Em meio ao mistério sobre o estado de saúde do ditador norte-coreano Kim Jong-un, um representante do governo da Coreia do Sul disse que o líder supremo está “vivo e bem”. Em paralelo, imagens de um trem que possivelmente pertence a Kim foram localizadas em um balneário no leste da Coreia do Norte, aumentando as especulações de que o ditador de 36 anos possa estar lá. 

– A posição do nosso governo é firme – disse Moon Chung-in, principal consultor de política externa do presidente da Coreia do Sul, Moon Jae-in. – Kim Jong-un está vivo e bem. Ele está na região de Wonsan desde o dia 13 de abril. Até o momento, nenhum movimento suspeito foi detectado.

Na noite de sábado, o site americano 38North, especializado em assuntos coreanos, divulgou imagens de satélite que provavelmente mostram o trem que pertence a Kim no balneário de Wonsan. O veículo aparece em fotos capturadas nos dias 21 e 23 de abril em uma estação reservada para a família Kim. Apesar de não comprovarem nada sobre o estado de saúde do líder norte-coreano ou seu paradeiro, as imagens endossam a teoria de que Kim estaria na região, uma área reservada para a elite na costa leste do país.

Imagens de satélite mostram vagão que possivelmente pertence a Kim Jong-un em balneário na costa da Coreia do Norte Foto: - / AFP
Imagens de satélite mostram vagão que possivelmente pertence a Kim Jong-un em balneário na costa da Coreia do Norte Foto: – / AFP

As suspeitas sobre o estado de saúde de Kim Jong-un se intensificaram no último dia 15 de abril, quando ele não esteve presente na cerimônia de aniversário do nascimento do fundador do país e seu avô, Kim Il-sung. A data é a mais importante do calendário político da Coreia do Norte.

Segundo o site Daily NK, administrado por desertores da Coreia do Norte, Kim teria ido para o hospital depois de presidir uma reunião da cúpula do Partido dos Trabalhadores da Coreia do Norte no dia 11 de abril, onde foi visto publicamente pela última vez. No início da semana, o portal informou, citando uma fonte não identificada, que o líder norte-coreano estava se recuperando após um procedimento cardiovascular, que teria sido realizado em 12 de abril.

Na sexta-feira, a agência de notícias Reuters noticiou que a China teria enviado na quarta-feira uma equipe com especialistas médicos para a Coreia do Norte com o objetivo de dar assessoria sobre o dirigente norte-coreano. A agência, no entanto, não conseguiu determinar até o momento o que a equipe chinesa sinalizou sobre o estado de saúde de Kim. O Ministério de Relações Exteriores da China não respondeu quando consultado.

Relatos de dentro da Coreia do Norte são notoriamente difíceis de checar, especialmente em questões relacionadas à liderança do país, devido a um rígido controle das informações. Kim já desapareceu da mídia desta maneira em outra ocasião: em 2014, ficou mais de um mês fora dos holofotes, ressurgindo em imagens de vídeo que o mostravam mancando.

Na internet, circulam boatos não comprovados de que o ditador estaria em estado grave após a cirurgia, como noticiou a rede de televisão CNN, citando relatórios da Inteligência dos EUA. As informações, contudo, foram contestadas não só pelo governo da Coreia do Sul, mas também por um funcionário do Departamento de Ligação da China.

Na quinta-feira, o próprio presidente Donald Trump, com quem Kim se encontrou em duas ocasiões, minimizou relatos anteriores de que Kim estaria gravemente doente, mas desejou melhoras ao líder norte-coreano. No dia seguinte, uma fonte sul-coreana disse à Reuters que Kim estava vivo e provavelmente faria uma aparição em breve, mas não fez nenhum comentário sobre a condição atual dele ou sobre qualquer envolvimento do governo chinês no caso.

O governo sul-coreano foi o grande articulador da retomada das negociações de paz entre o Sul e o Norte da Península Coreana, em 2018, que levaram às cúpulas entre Kim e Donald Trump. As conversas, no entanto, estão paralisadas desde 2019, por divergências entre Washington e Pyongyang em relação ao relaxamento das sanções contra o programa nuclear norte-coreano.

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