Governo não corrige tabela e cidadão vai pagar Imposto de Renda mais caro
A Receita Federal divulgou nesta quarta-feira (19) as regras do Imposto de Renda 2020, que confirma a não-correção da tabela. Isso quer dizer que o governo federal não corrigiu a tabela pelo índice da inflação em 2019 e o cidadão vai pagar imposto mais caro.
Pelo anúncio, a faixa de isenção permanece em R$ 1.903,98 por mês, a mesma do ano passado. Durante a campanha eleitoral, o presidente Jair Bolsonaro prometeu subir a faixa de isenção para cinco salários mínimos, o equivalente a R$ 4.770 na época. Em 2019, Bolsonaro voltou a falar em subir a faixa de isenção, mas com limite de R$ 3 mil.
De acordo com o Uol, considerando a inflação do ano passado, que ficou em 4,31%, a desfasagem da tabela do imposto atinge 103,87%. Pelas contas do Sindicato dos Fiscais da Receita Federal (Sindifisco Nacional), a faixa de isenção do imposto deveria atingir todas as pessoas que ganham até R$ 3.881,85 mensais. Se assim fosse, 10 milhões de pessoas que hoje pagam IR seriam isents.
Para que a tabela seja corrigida, o governo precisa apresentar ao Congresso uma proposta por meio de projeto de lei. No entanto, segundo o sindicato, não base legal que obrigue o governo a reajustar anualmente a tabela do Imposto de Renda ou vincule o reajuste ao IPCA.
A tabela do Imposto de Renda foi corrigida pela última vez em 2015, quando a então presidente Dilma Rousseff reajustou em 5,6% nas faixas salariais de cálculo do IR, índice menor à inflação naquele ano, que superou 10%.
Regras do IR 2020
A Receita Federal divulgou nesta quarta-feira (19) as regras e o calendário do Imposto de Renda de Pessoa Física 2020 (IRPF 2020). Será obrigado a declarar neste ano, entre outras situações, quem ganhou mais de R$ 28.559,70 em 2019.
Os pagamentos de restituição, que antes começavam em junho, foram antecipados em um mês – 29 de maio. Os demais lotes serão pagos nos dias 30 de junho, 31 de julho, 31 de agosto e 30 de setembro.