“Há um vazio de ideias”, diz Rui Costa sobre o governo Bolsonaro

 “Há um vazio de ideias”, diz Rui Costa sobre o governo Bolsonaro

O governador Rui Costa (PT) afirma que o governo Jair Bolsonaro ainda não apresentou medidas para áreas consideradas estratégicas para a gestão federal. Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, o petista baiano criticou a falta de articulação política do Planalto no debate da reforma da Previdência no Congresso Nacional.

Segundo o chefe do Executivo baiano, a oposição ao governo está perplexa. “A oposição, assim como os brasileiros em geral, está mais perplexa do que qualquer outra coisa. Ninguém esperava um desastre tão grande nos três primeiros meses como este. O que se espera de um governo novo é uma agenda. Agora, ao fim do terceiro mês, qual é a agenda do governo na saúde, educação, infraestrutura, ou para reformas estruturantes?”, questiona.

“Qualquer governo vem legitimado pelas urnas e, nos primeiros meses, manda a boa política que, quem perdeu a eleição, deixe quem ganhou governar. Mas ele não disse nada. Como posso dizer se sou contra a política de saúde se o governo não apresentou nada? O máximo que se pode dizer é que há um vazio de ideias, como diz o editorial do Estadão”, frisou o petista.

O governador disse ser a favor da reforma previdenciária proposta pelo governo federal, mas com condicionantes: “Os nove governadores do Nordeste tiraram um documento no qual falam que é necessária uma reforma que não penalize os pobres, e aponta alguns pontos. Quando se fala de Previdência, é preciso ter uma regra perene. Segundo, a capitalização vai arrebentar tanto a Previdência pública quanto a privada, e só beneficia os bancos. Os outros pontos são a questão rural e a prestação continuada. No documento, nos comprometemos que, se esses quatro pontos fossem retirados, nós aprovaríamos a reforma”.

Ainda na entrevista, Rui Costa voltou a tecer críticas ao PT, o seu partido, ao falar de como espera ver a oposição atuando em relação ao governo Bolsonaro. “Primeiro, exercitar o diálogo entre os partidos. Acho que os partidos, inclusive o meu, precisam voltar a ter capilaridade social. Um dos erros que meu partido cometeu foi deixar haver um afastamento em relação ao povo, apesar de manter nas bandeiras e realizações a representação do povo mais pobre. Os dirigentes passaram a ser assalariados bem remunerados, muito mais do que a média do povo. Se afastaram. A rede de capilaridade deixou de existir e o partido ficou menos permeável a críticas e pressões. Isso contribuiu para o processo de desgaste”, afirmou.

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