Homem que matou a esposa a marretadas em Lauro de Freitas diz que suspeitou de traição

Um crime brutal chocou Lauro de Freitas, na noite de terça-feira (19). Ramon de Jesus Guedes matou a esposa, Laina Santana Costa Guedes, de 37 anos, a golpes de marreta dentro do apartamento em que viviam, no Condomínio Granville das Artes, após suspeitar que estava sendo traído. O feminicídio ocorreu diante das duas filhas do casal, de 5 e 12 anos, e foi presenciado por vizinhos.
Segundo a Polícia Civil, Ramon relatou que o casal estava junto há 17 anos, mas atravessava uma relação marcada por conflitos e uma separação de nove meses. No dia do crime, após uma relação íntima, Laina teria afirmado que foi um “namoro sem vontade”, o que despertou ciúmes no companheiro. Ele disse ainda que, pouco antes, havia visto a esposa dentro de um veículo com outra pessoa, sem especificar se homem ou mulher, e essa desconfiança teria sido o estopim para uma nova discussão. Durante a briga, Ramon atacou Laina com uma marreta, desferindo golpes na cabeça.
Após a agressão, ele tentou fugir pulando da varanda do quarto andar, mas acabou ferido e contido por um policial e moradores até a chegada da polícia. No hospital, afirmou não se lembrar de todos os momentos seguintes ao crime e disse enfrentar dificuldades financeiras, psicológicas e um histórico de tentativa de suicídio.
Vizinhos relataram momentos de terror ao ver Laina se arrastando até a varanda pedindo socorro. Uma das testemunhas contou ter registrado em vídeo parte da agressão para garantir provas contra o autor. O cenário de sangue e desespero tomou conta do condomínio, principalmente diante da presença das crianças, que presenciaram a violência.
Laina chegou a ser socorrida e encaminhada para o Hospital Municipal de Cajazeiras, mas não resistiu aos ferimentos. O corpo foi sepultado no dia seguinte, no Cemitério Bosque da Paz, em Salvador, em cerimônia restrita a familiares e amigos.
Ramon foi autuado em flagrante por feminicídio na 27ª Delegacia Territorial de Itinga. A delegada responsável pediu a prisão preventiva, destacando a extrema violência do crime, o risco às filhas, que são testemunhas e a possibilidade de fuga. A audiência de custódia foi realizada nesta quinta-feira (21), e a Justiça deve decidir sobre a manutenção da prisão.
O caso é tratado como feminicídio motivado por ciúme e suspeita de traição, crime previsto na legislação brasileira em situações de violência doméstica.