Jerônimo critica apoio à anistia de golpistas

O governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues (PT), expressou sua insatisfação nesta quarta-feira (16) em relação ao respaldo de partidos aliados ao governo federal para um projeto de lei que prevê a anistia para aqueles envolvidos nos ataques golpistas de 8 de janeiro de 2023. Para Rodrigues, as siglas que não aderem aos princípios democráticos promovidos pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) estão colocando em risco a aliança política e devem ter sua participação na base reavaliada.
“Quando convidamos um partido a caminhar conosco, estabelecemos um acordo baseado em um plano e em um projeto de governo. Esse projeto abrange não apenas obras, mas também uma visão de sociedade. Se esses partidos não estão seguindo essa linha, é necessário reconsiderar a natureza dessa relação”, afirmou.
O governador também enviou uma mensagem aos aliados estaduais, ressaltando a importância da “unidade de pensamento” entre os partidos que compõem sua base na Bahia. “Isso se refere a uma visão voltada para uma sociedade cada vez mais democrática. A democracia é algo muito valioso para nós”, destacou.
Jerônimo classificou como inaceitável qualquer tentativa de absolvição dos responsáveis pela invasão e vandalismo nas sedes dos Três Poderes em Brasília. “Havia um plano para um golpe, e isso é amplamente reconhecido. Imagine se um prefeito perde as eleições e decide depredar a Câmara de Vereadores. Isso não é uma maneira legítima de fazer política. Isso ameaça nossa liberdade e a democracia”, declarou. “Como cidadão, espero que não haja anistia e que a Justiça realize um julgamento justo”, completou.
Na segunda-feira (14), foi protocolado um requerimento de urgência para votação imediata do projeto de anistia no plenário da Câmara, com o apoio de 262 parlamentares — seis a mais do que o mínimo necessário. Destaca-se que mais da metade das assinaturas veio de deputados pertencentes a partidos que fazem parte da base do presidente Lula, como União Brasil, Progressistas, Republicanos, PSD e MDB — todos com ministérios no governo federal.