Jerônimo defende pacto nacional pela segurança e lamenta tragédia no Rio: “Não vamos resolver o problema da violência daquela forma”
O governador Jerônimo Rodrigues (PT) se pronunciou nesta quarta-feira (29) sobre a operação policial no Rio de Janeiro que resultou em mais de 100 mortes, entre suspeitos e agentes de segurança. O gestor lamentou profundamente as cenas de violência e defendeu uma ação nacional coordenada para o enfrentamento do crime organizado, ressaltando a importância da aprovação da PEC do Sistema Único de Segurança Pública (SUSP).
“Ontem eu fiquei realmente muito sentido com o que aconteceu. Pessoas que não têm nada a ver com o processo de crime organizado sendo acuadas, não podendo sair de casa, pessoas em situação de rua sendo baleadas. É um clima que, em qualquer lugar do Brasil, me deixa muito sentido. Mas a cena mostra que não vamos resolver o problema da violência daquela forma. A imagem é muito ruim”, afirmou Jerônimo.
O governador também destacou que o envio de policiais sem planejamento adequado não é solução e defendeu investimentos estruturais e integração entre os entes federativos. Segundo ele, a aprovação da PEC do SUSP permitirá a criação de um sistema com recursos definidos e regras claras para o funcionamento das forças de segurança.
“Não dá para imaginar que se vai resolver o problema colocando policiais expostos da forma como foi exposto ali. Hoje pela manhã, no grupo de governadores, colocamos à disposição ajuda com o envio de policiais, fazendo um mutirão, mas o governo federal já está mobilizado. Nesse momento, não tem que ter oposição, tem que estender a mão”, declarou Jerônimo, ao mencionar a articulação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do ministro Rui Costa no apoio ao Rio de Janeiro.
Ao comentar a proposta de emenda constitucional, Jerônimo reforçou que a medida seria fundamental para evitar situações como a registrada no Rio:
“Na PEC há elementos que ajudariam a gente a não chegar a essa situação. Ela trata de orçamento para presídios, investimentos em polícia militar e civil e regramento mais duro. Assim como o SUS organiza a saúde, o SUSP faria isso na segurança. Não dá para ficar procurando culpados. Tivemos uma imagem ruim para o país, e o foco agora deve ser estabilizar e pacificar.”
Jerônimo concluiu defendendo que o episódio sirva como alerta para um novo modelo de cooperação na segurança pública, com prioridade, planejamento e união entre União, estados e municípios.
