Jerônimo provoca oposição e sugere a criação da CPI do lixo em resposta a possível investigação sobre MST

O governador Jerônimo Rodrigues (PT) reagiu ao ser questionado, nesta quinta-feira (10), sobre a possível instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do MST na Assembleia Legislativa da Bahia (Alba). Durante a inauguração de uma unidade do SineBahia – Casa do Trabalhador, no Terminal do Metrô de Pituaçu, ele afirmou que a Alba tem autonomia para decidir, mas fez uma provocação: sugeriu que os deputados criassem uma CPI para investigar contratos de empresas de lixo — uma clara referência à Operação Overclean, que apura desvios em licitações no estado.
“A Assembleia é autônoma, mas eu fico pensando nas prioridades. Por que não uma CPI das empresas de lixo? Podiam fazer, para ver se descobrem alguma coisa”, disse Jerônimo, em tom de desafio, mirando a oposição.
A declaração parece direcionada ao vice-presidente nacional do União Brasil, ACM Neto, ex-prefeito de Salvador. A Overclean investiga o empresário José Marcos de Moura, conhecido como “Rei do Lixo” e aliado de Neto. Moura é acusado de comandar uma organização criminosa que desviou R$ 1,4 bilhão de contratos públicos.
Embora ACM Neto não seja alvo direto da investigação, adversários políticos têm usado o caso para associá-lo a suspeitas, já que alguns de seus aliados foram alvo de mandados de busca e prisão. A provocação de Jerônimo acirra a tensão entre o governo e a oposição na Bahia.