Lídice e Nilo, Leão e Otto, estes são os pactos para 2018
O presidente da Assembleia Legislativa da Bahia, deputado estadual Marcelo Nilo (PSL), e a senadora Lídice da Mata (PSB) firmaram nesta última terça-feira (3) um pacto para a sucessão estadual de 2018 pelo qual aquele que estiver mais forte se compromete a apoiar o outro para o Senado ou a vice na chapa com que o governador Rui Costa (PT) deve disputar a reeleição. O entendimento foi firmado durante um almoço oferecido aos dois pelo secretário estadual de Administração Penitenciária, Nestor Duarte Neto, correligionário de longa data de Marcelo Nilo.
A iniciativa pode ser interpretada como uma resposta à aproximação entre os grupos do senador Otto Alencar (PSD) e do vice-governador e secretário estadual de Planejamento, João Leão, que também almoçaram hoje, no restaurante Boi Preto, acompanhados dos seus respectivos candidatos à presidência da Assembleia, os deputados estaduais Angelo Coronel e Luiz Augusto. Na avaliação de aliados de Nilo, a disputa pela sucessão no comando do Legislativo é apenas o pano de fundo para um outro plano velado montado por Otto e Leão.
A estratégia visaria, na prática, tirar o presidente da Assembleia do jogo sucessório do ano que vem. Por esta avaliação, a tentativa de impedir a reeleição de Nilo no Legislativo seria uma forma de ambos minarem o seu poder e, portanto, sua capacidade de influir na composição da futura chapa do governador, na qual, para correligionários do atual presidente da Assembleia, o senador gostaria de indicar o filho, Otto Alencar Filho, para a vice, e Leão teria o plano de pode concorrer ao Senado.
Tanto o senador quanto o vice-governador se defendem argumentando que a tese não passa de uma fantasia com a qual Nilo tenta se perpetuar indefinidamente no comando da Assembleia. Em sua sexta tentativa consecutiva de se reeleger presidente do Legislativo estadual, Nilo nunca havia enfrentado adversários tão fortes quanto Otto e Leão. Quando se unem, Nilo e Lídice sabem que não terão força para se impor a PSD e PP na hora da montagem da chapa de Rui, mas que podem disputar pelo menos uma das vagas supostamente visadas pelo senador e o vice-governador.
Por Raul Monteiro