Lula diz que ‘caçada judicial’ interferiu no resultado das eleições

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva utilizou um espaço no jornal Folha de S. Paulo, nesta terça-feira (18), para se defender das três ações penais, as quais foi imputado pela Justiça, denominado por ele de “caçada judicial”.

“Nunca fiz nada ilegal, nada que pudesse manchar a minha história […] Devassaram minhas contas pessoais, as de minha esposa e de meus filhos; grampearam meus telefonemas e divulgaram o conteúdo; invadiram minha casa e conduziram-me à força para depor, sem motivo razoável e sem base legal. Estão à procura de um crime, para me acusar, mas não encontraram e nem vão encontrar”, disse.

O petista contou que “a aceitação de uma denúncia contra ele e a prisão de dois ex-ministros de meu governo foram episódios espetaculosos que certamente interferiram” [no resultado das eleições municipais]. “Não posso me calar diante dos abusos cometidos por agentes do Estado que usam a lei como instrumento de perseguição política”, completou.

Lula ainda criticou os “agentes da lei” que, segundo ele, não sabem como funcionam um governo e as instituições, e classificou como “uma perigosa ignorância”. “Cheguei a essa conclusão nos depoimentos que prestei a delegados e promotores que não sabiam como funciona um governo de coalizão, como tramita uma medida provisória, como se procede numa licitação, como se dá a análise e aprovação, colegiada e técnica, de financiamentos em um banco público, como o BNDES”, disparou.

O ex-presidente é acusado de envolvimento em fraudes de contratos de empréstimos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para viabilizar a execução de obras de engenharia em Angola pela construtora Odebrecht , suposta tentativa de obstruir a Operação Lava Jato, impedindo a delação premiada do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró, e o recebimento de vantagens indevidas da OAS, como a reforma no triplex do Guarujá e o armazenamento do acervo pessoal. Lula nega todas as acusações.

“Meus acusadores sabem que não roubei, não fui corrompido, nem tentei obstruir a Justiça, mas não podem admitir. Não podem recuar depois do massacre que promoveram na mídia. Tornaram-se prisioneiros das mentiras que criaram, na maioria das vezes, a partir de reportagens facciosas e mal apuradas. Estão condenados a condenar e devem avaliar que, se não me prenderem, serão eles os desmoralizados perante a opinião pública”, rebateu.

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