Lula reage a tarifa dos EUA, denuncia chantagem e promete defender soberania brasileira

Em pronunciamento contundente nesta quinta-feira (17), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva condenou a decisão dos Estados Unidos de aplicar uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros a partir de agosto. Lula classificou a medida como uma “chantagem inaceitável” e afirmou que o Brasil foi alvo de ameaças e informações falsas por parte do governo norte-americano, apesar de ter buscado o diálogo diplomático e enviado uma proposta formal de negociação em maio. “Tentaram interferir na Justiça brasileira, algo que representa um grave atentado à nossa soberania”, declarou.
O presidente também criticou políticos brasileiros que apoiaram a iniciativa americana. “São traidores da pátria que não se importam com a economia do país nem com os danos causados ao nosso povo”, afirmou. Lula destacou que o Brasil respeita o devido processo legal, o contraditório e a presunção da inocência, e que tentativas de manipular decisões judiciais não serão toleradas. O chefe do Executivo reforçou o compromisso com a soberania nacional e alertou que o Brasil recorrerá a todos os instrumentos legais, inclusive à Organização Mundial do Comércio (OMC) e à Lei da Reciprocidade, para proteger seus interesses.
Além da tensão comercial, Lula voltou a cobrar responsabilidade das plataformas digitais estrangeiras que atuam no Brasil, pedindo que obedeçam à legislação nacional. Ele defendeu medidas para combater crimes virtuais, como racismo, violência de gênero, fraudes, bullying e campanhas antivacina. O presidente também exaltou conquistas recentes, como a redução do desmatamento na Amazônia, a expansão de mercados internacionais e o fortalecimento do Pix, que classificou como “patrimônio do povo brasileiro”. Ao encerrar, Lula reforçou: “Não há vencedores em guerras tarifárias. Mas que ninguém se esqueça: o Brasil tem um único dono — o povo brasileiro”.