Mais de 60 crianças são diagnosticadas com síndrome rara associada à Covid-19 na Bahia; três morreram

 Mais de 60 crianças são diagnosticadas com síndrome rara associada à Covid-19 na Bahia; três morreram

A Secretaria de Estado de Saúde da Bahia (Sesab) investiga 62 casos da Síndrome Inflamatória Multissistêmica Pediátrica (SMIP), doença associada à infecção por Covid-19, entre pessoas de 0 a 19 anos no Estado. Pelo menos três crianças morreram em decorrência da síndrome.

Os números constam no boletim epidemiológico divulgado na última semana e os dados foram coletados até a última terça-feira (23/2). Manchas pelo corpo, febre intermitente, olhos vermelhos, barriga inchada, pés e mãos descamando são sintomas que estão associados a SMIP. Seu surgimento acontece durante ou depois de uma infecção pela Covid-19 em crianças. 

Até o momento, os especialistas baianos não sabem responder o motivo da síndrome só ocorrer em crianças e, ainda, em apenas algumas delas. Por se tratar de uma doença que apresenta manifestações inflamatórias intensas, o tratamento adotado envolve medicamentos para controlar o processo e evitar comprometimento do coração.

Instituto Nacional de Alergias e Doenças Infecciosas dos Estados Unidos está liderando um estudo, ainda em fase inicial, para monitorar com mais proximidade cerca de 6 mil crianças e tentar obter respostas. Um estudo promovido pela Escola Médica Universidade de Harvard revelou que crianças possuem alta carga viral do novo coronavírus e podem ser mais contagiosas do que adultos, inclusive aqueles internados em Unidades de Terapia Intensiva (UTI).

 Os cientistas alegam que houve um equívoco gerado por alguns de seus pares ao analisar a evolução epidemiológica da pandemia sob a perspectiva sintomática da doença.  A maioria das crianças infectadas com o novo coronavírus tem sintomas muito leves e, por conta disso, elas foram amplamente negligenciadas como um grupo demográfico nos estágios iniciais da pandemia, conforme os pesquisadores.  

PROTEÇÃO

Vale lembrar que Ministério da Saúde recomenda que nos primeiros anos de vida é preciso ter cautela na utilização dos equipamentos de proteção individual, como mascaras e protetores faciais. Isso porque, para bebês e crianças, o uso inapropriado de barreiras faciais oferece risco de asfixia, estrangulamento e morte por engasgo – já que um bebê não tem capacidade motora para retirar a proteção em caso de refluxo.

Além disso, o uso de coberturas faciais pode comprometer a amamentação, já que as mães podem encontrar dificuldades na remoção e recolocação do protetor facial (faceshield) ou máscaras na criança. Nos casos dos recém-nascidos, é importante ressaltar que a Organização Mundial da Saúde (OMS), em suas recomendações, não menciona ou recomenda o uso de protetores faciais. Os cuidados na proteção aos recém-nascidos, para evitar a contaminação pelo coronavírus devem ser realizados conforme as orientações abaixo:

– Evitar visitas sociais domiciliares à mãe e ao recém-nascido. Caso aconteçam, manter o distanciamento, uso de máscara e higienização dos adultos, de acordo com as recomendações;

– Evitar contato público desnecessário, limitando assim a exposição do recém-nascido ao vírus, especialmente em lugares com aglomerações;

– Manter as precauções de contato como higienização de mãos e as recomendações do uso de máscaras para pais e cuidadores em contato com a criança ao sair de casa para o seguimento na Atenção Primária, como imunizações ou consultas;

– Evitar manuseio do recém-nascido por muitas pessoas, enfatizando a lavagem das mãos com água e sabão ou álcool gel 70% para cuidadores (incluindo irmãos) antes de tocar o bebê e o uso de máscaras, caso tenham sintomas ou contato com pessoas com síndrome gripal;

– Mães com sintomas respiratórios ou que tenham contato domiciliar com pessoas com síndrome gripal devem usar máscara durante os cuidados e durante toda a amamentação e atentar a lavagem frequente das mãos;

– Promover rotineiramente a limpeza das superfícies tocadas com recorrência, como maçanetas, interruptores de luz e equipamentos eletrônicos (especialmente celulares);

– Assegurar que o ambiente onde a criança permanece esteja livre do tabaco e

– Manter a vacinação das pessoas em contato próximo com a criança conforme orientação do Programa Nacional de Imunizações (PNI).

VACINAÇÃO

Pesquisadores da Universidade de Oxford, no Reino Unido vão efetuar testes da vacina contra a Covid-19 em crianças e adolescentes entre 6 e 17 anos.  Pelo menos 300 voluntários vão participar do ensaio clínico. Os estudos de fase 2 do medicamento ocorrerá a partir da escolha aleatória de quais voluntários irão receber o imunizante contra o novo coronavírus e quais receberão uma vacina contra a meningite, que tem efeitos colaterais similares, como dor no braço.

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