Manter o peso com a cirurgia bariátrica exige mudança de hábitos pelo resto da vida

 Manter o peso com a cirurgia bariátrica exige mudança de hábitos pelo resto da vida

“A cirurgia bariátrica é o último recurso para tratar a obesidade, mas o paciente precisa estar consciente sobre os riscos para tomar a decisão. E mais: aprender a ser saudável, com ou sem cirurgia é uma escolha pessoal. Se a escolha pela bariátrica não for consciente, restará o arrependimento.” Esses aspetos foram destacados hoje pela endocrinologista, Teresa Arruti, coordenadora do Núcleo de Obesidade do Centro de Diabetes e Endocrinologia da Bahia (Cedeba), no encontro “Considerações sobre Cirurgia Bariátrica” para pacientes com obesidade.

O encontro, que lotou o auditório do Centro de Atenção à Saúde (CAS), reuniu a equipe multidisciplinar do Cedeba. Além da visão médica, contou com a nutricionista Lorenna Fracalossi, enfocando a alimentação pós-bariátrica, passou pela psicóloga Aline Fonseca, assistente social Gláucia Loiola, terminando com a fisioterapeuta Lorena Arruda, que enfocou a importância do exercício físico para uma vida saudável.

Doença crônica

Todos os profissionais reforçaram a informação que precisa ser entendida por quem perde peso, inclusive por meio da cirurgia bariátrica. A obesidade, por ser doença crônica, não tem cura e exige controle por toda a vida. A endocrinologista Teresa Arrutti reforça que a cirurgia bariátrica reduz tamanho do estômago, mas não opera a cabeça, não resolve os problemas emocionais. Por isso, o acompanhamento que o Cedeba faz com os pacientes antes e depois da cirurgia (o acompanhamento dura cinco anos) é fundamental para a manutenção do novo peso.

A obesidade, como explicou a Aline Fonseca, é multifatorial. Está associada ao diabetes mellitus (DM) doenças cardíacas, hipertensão, apnéia do sono e à redução da qualidade de vida e se reflete em todos os campos da vida (social, físico e psíquico). Um dos aspectos psicológicos que contribui para a obesidade é a compulsão alimentar: comer demais e sentir culpa em seguida. Quem tem esse comportamento pelo menos duas vezes por semana, em seis meses, já tem característica de compulsivo. A compulsão por alimentos, depois da bariátrica, em alguns casos é direcionada para a compulsão por sexo, álcool, compras, como destacaram Aline Fonseca e Teresa Arrutti.

O compusivo, segundo a psicóloga, come mesmo sem estar com fome e muito além do que o corpo necessita. Pode ser para desviar a atenção de algo. Também a causa pode ser ansiedade ou depressão. E – explicou – a cirurgia bariátrica não elimina a compulsão.

E uma das distorções é acreditar que a cirurgia bariátrica é passaporte para ficar livre de seguir um plano alimentar. A nutricionista Lorenna Fracalossi, ao mostrar os passos da alimentação pós-bariátrica, que exige 30 dias de dieta líquida, pastosa de 30 a 45 dias, quando começa a branda até 60 dias. E, a partir daí, o inicio da alimentação normal, observou a necessidade de mudanças importante. Além de comer devagar e mastigar bem os alimentos – passa a ser uma exigência em razão do risco de engasgos, o plano alimentar terá que ser seguido por toda a vida.

A nutricionista também orientou sobre a necessidade do uso de suplementos nutricionais vitaminas pelo resto da vida, porque como enfocou a endocrinologista Teresa Arrutti a cirurgia bariátrica é uma desnutrição programada.

A assistente social Gláucia Loiola mostrou que o paciente também precisa decidir pela cirurgia atento à sua realidade. A necessidade de ter alguém da família para acompanhar a pós-cirurgia, e preparar a alimentação são pontos que precisam ser observados.

No encerramento do encontro, a fisioterapeuta Lorena Arruda movimentou os pacientes com exercícios de alongamento e respiração, pontuando que exercício físico é o melhor remédio. E quem faz bariátrica precisará se exercitar pelo resto da vida. E o exercício deve começar antes da cirurgia para fortalecer as estruturas musculares.

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