Marcelo Odebrecht e mais de 50 executivos fecham acordo de delação na Lava Jato
O ex-presidente da Odebrecht, Marcelo Bahia Odebrecht, e outros 50 executivos da empreiteira baiana fecharam acordo de delação premiada com os procuradores da Operação Lava-Jato.
Segundo uma fonte do jornal O Globo, os acordos estão um tom abaixo da expectativa dos procuradores, mas ainda assim, são abrangentes. A tendência é que os depoimentos atinjam líderes de todos os grandes partidos que estão no governo ou na oposição.
“Não vai ser o fim do mundo, mas são informações suficientes para colocar o sistema político em xeque”, disse um dos envolvidos nas tratativas entre investigados, advogados e força-tarefa ao jornal carioca.
Diante do grande número de colaboradores, em torno de 68, e do pequeno quadro de procuradores, cerca de dez, os delatores serão colocados numa fila. Eles serão ouvidos conforme sua relevância na hierarquia da propina, em cidades como Curitiba, Brasília, São Paulo e Salvador.
Os acordos foram fechados há mais de duas semanas e os executivos citaram pelo menos 130 deputados, senadores e ministros e 20 governadores e ex-governadores. Entre os nomes citados estão o do presidente Michel Temer, e dos ministros Eliseu Padilha (Casa Civil), José Serra (Relações Exteriores) e Geddel Vieira Lima (Secretaria de Governo).
Também foram mencionados o ex-ministro Antonio Palocci (que assumiu a Fazenda na gestão do ex-presidente Lula e a Casa Civil no governo Dilma Rousseff) e Guido Mantega (Fazenda, nos mandatos de Lula e Dilma). Executivos também relataram pagamentos indevidos ao ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que está preso desde semana passada em Curitiba.