MATERNIDADE E ETARISMO

 MATERNIDADE E ETARISMO

A ligação entre maternidade e etarismo é um tema de extrema importância e que merece atenção especial. Etarismo é um termo que designa a discriminação ou preconceito baseado na idade, frequentemente manifestado em relação a idosos, mas também em relação as mulheres e seus direitos reprodutivos.

Baseado na idade, o etarismo que leva a sociedade a atitudes discriminatórias, pois muitas mulheres são cobradas socialmente pela opção de ter filhos mais tarde, ou até mesmo pela opção de ter filhos após os 35 anos, por ser considerada velha ou inadequada para maternar.

A ONU reconhece a discriminação por idade como um problema mundial e que deve ser amplamente combatido pela sociedade.
Na maioria das vezes, as mulheres enfrentam comentários ou julgamentos que questionam sua capacidade de cuidar dos filhos ou sua escolha de engravidar mais tarde na vida.

Muitos são os fatores que levam as mulheres a adiar o plano de se tornar mãe. Atualmente muitas se dedicam aos estudos, depois a carreira, e após se consolidarem financeiramente optam por ser tornar mães. Outros fatores que tem oportunizado muitas mulheres a terem filhos é o avanço em tecnologias reprodutivas, maior participação no mercado de trabalho e mudanças culturais.

Segundo dados recentes dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças, (CDC) dos EUA, pela primeira vez, mulheres com mais de 40 anos estão tendo mais bebês que adolescentes.

Ocorre que, a tendência de adiar a maternidade contraria o “senso comum” de que não é possível ter uma gestação saudável a partir dos 35 anos.
Segundo o especialista em ginecologia e obstetrícia, André de Paula Branco, não há uma regra absoluta sobre esse assunto, mas existem referências como a diminuição da capacidade reprodutiva vinculada a idade da mulher, mas isso não é uma regra.

O especialista aponta que apesar de uma gravidez a partir dos 35 anos ser considerada tardia, isso não significa que a mulher nessa faixa etária não possa ter uma gestação saudável.

O médico ainda acrescenta: “Não desaconselhamos a gravidez com mais idade. É possível ter uma gestação saudável e sem nenhuma intercorrência após os 35 anos. A medicina está sempre evoluindo, vivemos uma realidade que oferece condições para que as mulheres tenham gestações saudáveis em diferentes faixas etárias”, finaliza o médico.

Como cada momento é único, algumas mulheres também tornar-se mãe pela segunda vez após os 35 anos, o que pode ser uma experiência muito especial e cheia de emoções.

No Brasil, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e do Ministério da Saúde, a proporção de mães com mais de 35 anos tem aumentado ao longo dos anos. Em 2019, aproximadamente 20% das mulheres que tiveram filhos tinham mais de 35 anos.

Entretanto a relação entre maternidade e etarismo é bastante complexa e envolve questões sociais, culturais e emocionais. É importante combater o etarismo, promovendo uma visão mais inclusiva e respeitosa, reconhecendo que a capacidade de ser mãe não está limitada pela idade, mas sim pelo amor, dedicação e cuidado que a mulher oferece.

Além disso, vivemos em um estado democrático de direito e todas as mulheres tem o direito de escolher quando vai decidir ou não pela maternidade, sem que tal escolha implique em qualquer julgamento.

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