Mercosul continua sem presidente, após segunda reunião para superar crise
Por falta de consenso, o Mercado Comum do Sul (Mercosul) deve continuar sem presidente durante os próximos seis meses – o período de duração da presidência pro-temporevenezuelana, que vem sendo questionada pelo Brasil, a Argentina e o Paraguai. O Uruguai é o único dos quatro membros fundadores do bloco regional disposto a entregar o cargo rotativo (que ocupou durante um semestre, até o fim do mês passado) ao pais seguinte, obedecendo a ordem alfabética: a Venezuela. A segunda reunião em menos de uma semana, para tentar resolver a crise institucional, terminou nessa terça-feira (23) sem um acordo.
A delegação venezuelana, convidada a participar desse segundo encontro – que a exemplo do primeiro foi realizado na capital uruguaia, Montevidéu – não compareceu. Ao final, o vice-chanceler do Paraguai, Rigoberto Gauto, deu uma breve declaração, em nome dos demais. Segundo ele, foram discutidas várias propostas, que ainda serão examinadas pelos ministros das Relações Exteriores de todos os países. Enquanto não houver consenso sobre quem preside o Mercosul, o bloco deve limitar suas atividades. Na prática, estará paralisado.
O governo venezuelano assumiu a presidência do bloco à revelia dos governos brasileiro, argentino e paraguaio – apesar de a tradicional cúpula para a transmissão do cargo ter sido cancelada. Na semana passada, a ministra das Relações Exteriores venezuelana, Delcy Rodriguez, viajou à Índia e anunciou (em nome do bloco) que o Mercosul vai expandir o acordo de livre comércio assinado com aquele país em 2009.