Michel Temer faz pronunciamento duro, se emociona e diz: “Não sou corrupto”
O presidente Michel Temer (PMDB) fez um pronunciamento na tarde desta terça-feira (27) para se defender das denúncias do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, que nesta segunda encaminhou o pedido de abertura de inquérito contra ele ao STF.
Segundo Temer, não há embasamento jurídico na denúncia: “Eu sei quando a matéria é substanciosa, quando tem fundamentos jurídicos e quando não tem. Sobre o foco jurídico, a minha preocupação é mínima. É claro que eu aguardarei com toda a tranquilidade uma decisão do Judiciário. Mas evidentemente que se fosse só o aspecto jurídico, eu não estaria fazendo esse pronunciamento”, disse.
Temer sugeriu que há tendência política na denúncia contra si.
“Faço [o pronunciamento] pela repercussão política. Particularmente em função do ataque a mim. Minha vida é limpa e nesse momento que estamos colocando o país nos trilhos é que somos vítima dessa infâmia de natureza política. Eu fui denunciado por corrupção passiva sem jamais ter recebido valores nem participado de esquemas. Onde estão as provas de recebimento desses valores? Não existem”, falou.
Em certo momento, ao lembrar de familiares e amigos, Temer se emocionou e disse que isso “é a parte mais tocante” de ter seu nome envolvido em corrupção.
“Analisando as denúncias, eu percebo que reinventaram o código penal e incluíram a denúncia por ilação. Abriu-se portanto um precedente perigoso. Esse tipo de trabalho permite as mais variadas conclusões sobre pessoas de bem e honestas. […] Criaram uma trama de novela. A denúncia é uma ficção. Eu devo explicações ao povo brasileiro, a cada cidadão, a minha família e amigos. Não há nada mais tocante do que meu familiar ligar a televisão e ouvir que eu sou corrupto”, completou.
“Querem parar o país, o Congresso. Atingem a Presidência da República. Quando se vai atacar a presidência da República, é preciso tomar todas as cautelas. Tem que ter prova concreta. Portanto, o que há é um atentado contra o nosso país. Eu tenho orgulho de ser presidente, convenhamos. Não permitirei que me acusem de crimes que não cometi”, concluiu.