Moraes manda Weintraub depor à PF sobre falas em reunião ministerial
O ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), determinou nesta terça-feira (27) que o ministro da Educação, Abraham Weintraub, seja ouvido em até cinco dias pela Polícia Federal para prestar esclarecimentos sobre suas falas na reunião ministerial de 22 de abril. Na ocasião, entre outras declarações, Weintraub chamou os membros do Supremo de “vagabundos” e defendeu a prisão dos magistrados.
Na mesma decisão, Moraes também pede que o procurador-geral da República, Augusto Aras, diga se considera necessário acompanhar o depoimento de Weintraub, “bem como para que se manifeste em relação às providências cabíveis para o prosseguimento das investigações”.
Na reunião ministerial do dia 22 de abril, Weintraub disse que o governo não estava atingindo os objetivos iniciais e defendeu mandar os ministros do Supremo Tribunal Federal para a cadeia.
“Eu acho que é isso que a gente está perdendo, está perdendo mesmo. O povo está querendo ver o que me trouxe até aqui. Eu, por mim, botava esses vagabundos todos na cadeia. Começando no STF”, disse Weintraub.
‘Possível crime’
Moraes é o relator da ação no STF que apura se as declarações de Weintraub na reunião podem ser consideradas crimes. Na decisão em que autorizou a divugação do vídeo da reunião ministerial, o ministro Celso de Mello, também do Supremo, disse que há na gravação “descoberta de possível crime contra a honra dos ministros do Supremo”.
“Constatei, casualmente, a ocorrência de aparente prática criminosa, que teria sido cometida pelo Ministro da Educação, Abraham Weintraub”, escreveu.
O ministro classifica a declaração do ministro como “gravíssima” e afirma que, além de ter “destacado grau de incivilidade e inaceitável grosseria”, pode configurar crime contra a honra, como o de injúria.